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Datena admite choro de perdedor, desiste de caminhada e compara PSDB ao Corinthians

Equipe instiga tucano ir às ruas pedir voto, mas apresentador reluta e diz que não é Moisés para andar todos os dias

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São Paulo

Quinto colocado na pesquisa do Datafolha, o candidato do PSDB, José Luiz Datena, afirmou nesta sexta-feira (6) que, diante da acirrada concorrência, "preferia não ter entrado" na corrida eleitoral à Prefeitura de São Paulo.

O jornalista reconheceu a dificuldade de virar votos, apesar da sua popularidade como apresentador de televisão aberta há quase 30 anos, e deixou evidente que não acredita em uma vitória. "Mas não custa tentar", disse Datena.

Ao fazer um retrospecto de sua campanha, o comunicador disse que vibrou quando no início, quando alguns levantamentos o colocaram com intenções de voto próximas às de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), e novamente lamentou o seu desempenho no debate realizado pela Band ("onde fiz um gol contra", disse).

Datena (PSDB) caminha poucos minutos pela Avenida Paulista e logo encerra evento de campanha
Datena (PSDB) caminha poucos minutos pela Avenida Paulista e logo encerra evento de campanha - Divulgação da campanha

"Achei que estava certo [quando lançou candidatura]. Eu preferia não ter entrado do que participar de uma campanha tão disputada como essa daí. Como senador, era para ter sido eleito com pé nas costas", disse Datena.

Na sequência, ele criticou o comportamento do candidato Pablo Marçal (PRTB), reclamou da legislação eleitoral que o tirou da televisão no final de junho e também se queixou do seu tempo de exposição no horário eleitoral gratuito (35 segundos).

Outra chateação, segundo o candidato, é com a discrepância de verbas entre os candidatos para patrocinar a campanha. E arrematou: "Ah, isso é choro de perdedor, Datena? É".

De acordo com o Datafolha desta quinta (5), o apresentador tem 7% das intenções de votos —no início de agosto, contabilizava 14%.

O tucano foi ultrapassado por Tabata Amaral (9%), enquanto Boulos (23%), Marçal (22%) e Nunes (22%) estão tecnicamente empatados na liderança.

A um mês do primeiro turno, a equipe de campanha planejava intensificar as agendas nas ruas. Em cada caminhada, o comunicador vem despertando a atenção de fãs e curiosos. Mas Datena está reticente com a ideia.

Nesta quinta e sexta, andou poucos metros nas avenidas Paulista e Ipiranga e foi embora. A sua presença em cada uma delas durou pouco mais de dez minutos.

"Eu não sou obrigado andar todo o dia. Um dia que eu não ando, já tem gente me cobrando. Eu não sou Moisés para ficar andando todo dia", ironizou.

"A equipe é boa, o partido me deu tudo que precisava. A falha eu assumo. Meu desempenho político até agora não foi bom, eu não consegui passar as minhas ideias."

Questionado sobre quais medidas podem ser tomadas para melhorar a sua avaliação nesta reta final, ele afirmou que pretende recorrer a um energético "para criar asas".

"Eu não pensei que uma campanha política fosse tão puxada como é. Eu tenho a saúde debilitada e cada vez mais debilitada. Eu estou na garra, na força, na luta, fazendo campanha política", afirmou.

"Estou fazendo o possível e o impossível, saí do Sírio Libanês para não fazer um cateterismo e poder continuar."

Datena também reiterou que não deseja contar com nenhuma doação de pessoa física para a campanha.

"O dinheiro [do partido] que tem aí dá. Não vou apelar, saio nas ruas para agradecer pelo carinho. 'Ah', dizem, 'mas aí suas chances de votos ficam reduzidas'. Isso que se exploda, cara."

Com um discurso já em tom de balanço de candidatura, Datena enalteceu lideranças do PSDB e o compromisso do partido com a sua empreitada política.

Filiado em abril, o PSDB é o 11º partido de Datena —antes ele já esteve no PT, PP, PRP, DEM, MDB , PSL, União Brasil, PSC, PDT e PSB.

"O PSDB parece o Corinthians. Tem camisa, já ganhou campeonato do mundo. Não vou falar do Palmeiras, que não tem [o Mundial], para não perder votos…", disse.

"O PSDB é um partido muito forte, com grande chance de se reerguer, mas que foi prejudicado por muitas vaidades. Muita gente usou o partido para se promover, e o partido vive uma situação complicada, e não só em São Paulo, no Brasil."

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