Descrição de chapéu REM-F

Ranking de eficiência mostra cidades do Brasil que fazem mais gastando menos

Consulte quem entrega mais saúde, educação e saneamento com menor receita disponível

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Fernando Canzian Renata Nunes
São Paulo

Ferramenta criada pela Folha em conjunto com o Datafolha neste ano eleitoral permite consultar quais prefeituras do Brasil entregam mais serviços básicos à população usando menor volume de recursos financeiros.

O REM-F (Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha) leva em conta o atendimento das prefeituras nas áreas de saúde, educação e saneamento, tendo como determinante no cálculo de eficiência da gestão a receita per capita de cada cidade.

O levantamento cobre 5.276 municípios, ou 95% do total, e se utiliza dos dados públicos mais recentes para uma base dessa dimensão. Para 292 cidades, não havia informações consistentes, e elas ficaram de fora.

A ferramenta parte de uma escala de 0 a 1, em que o pior município atinge 0,220 e o melhor, 0,769. O trabalho revela que apenas 163 municípios (3% do total) podem ser considerados "eficientes". Outros 3.591 (68%) apresentam "alguma eficiência", enquanto 1.450 (27,5%) têm "pouca eficiência"; e outros 72 (1,3%) são"ineficientes".

Na média nacional, 71,2% das cidades são consideradas "eficientes" ou com "alguma eficiência". O resultado do ranking não contrasta muito da avaliação que a população faz dos atuais prefeitos. Segundo pesquisa Datafolha, 46% dos brasileiros os consideram ótimos/bons; e 32%, regulares —somando 78% nestas categorias.

Para consultar a situação de cada município e os seus principais indicadores, basta entrar no site do REM-F e digitar o nome da cidade a ser pesquisada. Também é possível fazer comparações entre municípios e consultar o ranking por estado ou por cidades com população equivalente.

Pode-se averiguar ainda quanto cada município despende em cada área (saúde, educação e saneamento), a receita total e per capita e o gasto com o Poder Legislativo —além de quanto recebem em repasses da União e dos estados.

A ferramenta também revela o crescimento percentual dos servidores nos últimos sete anos, que foi de 5,75% na média do país. Neste ponto, nota-se que tendem a ser menos eficientes as cidades em que houve aumento dos servidores acima de 20% no período. Uma das razões é que elas acabam tendo mais custos fixos, e menos dinheiro para obras e investimentos.

Agregando os municípios "eficientes" e os com "alguma eficiência", revela-se que as regiões que melhor cumprem seu papel de prover serviços básicos gastando menos estão no Sudeste (81,7% das cidades), no Nordeste (78,6%) e no Sul (71,8%). Nas regiões Centro-Oeste (45,8%) e Norte (25,9%), é menor o total de cidades que o faz de forma minimamente eficiente.

O trabalho mostra que regiões e cidades onde o setor de serviços agrega mais valor ao PIB (Produto Interno Bruto) tendem a ser mais eficientes, assim como aquelas em que a indústria têm mais peso. Na contramão, nos municípios onde o setor público e a atividade agropecuária são preponderantes há tendência de as prefeituras serem menos eficientes.

O levantamento não se concentra apenas na avaliação da atual gestão, pois capta o histórico das administrações e realizações pregressas dos municípios, como o total de escolas e postos de saúde construídos ao longo de décadas.

A cidade paulista de Botucatu (com 145,1 mil habitantes e a 272 km da capital) é a primeira colocada no ranking, entregando mais saúde educação e saneamento à população gastando menos. O estado de São Paulo também agrupa 8 das 10 melhores mesorregiões do país. São cidades em torno de centros urbanos maiores como Marília, Ribeirão Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e Araraquara, entre outros.

Região central com a basílica Sant'Ana, próxima da prefeitura de Botucatu, primeira colocada no REM-F.
Região central com a basílica Sant'Ana, próxima da prefeitura de Botucatu, primeira colocada no REM-F - Rubens Cavallari/Folhapress

A pior colocada no ranking é a paraense Bagre, no Marajó, localizada em 1 das 10 piores mesorregiões do Brasil, todas no Norte do país —e 3 delas, no Pará. As demais ficam em estados como Amazonas, Rondônia, Amapá e Roraima.

Palafitas construídas ao longo do igarape Santa Cruz, no Jardim Tropical, bairro com moradores de baixa renda de Breves, na Ilha do Marajó.
Palafitas ao longo do igarape Santa Cruz, no Jardim Tropical, bairro com moradores de baixa renda de Breves, na Ilha do Marajó - Lalo de Almeida/Folhapress

São Paulo, a maior cidade brasileira, aparece como "eficiente", na 60ª posição. O Rio de Janeiro alcança "alguma eficiência", ocupando o 1.203º lugar. Entre as capitais, Belo Horizonte se destaca: "eficiente", é a segunda colocada no ranking geral, atrás de Botucatu.

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