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Publicitário diz ter testemunhado pedido para custear despesas de viagens de Erenice
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MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS
O publicitário Marcos Ribas disse ontem em depoimento à Polícia Federal, em Campinas (93 km de SP), que testemunhou o ex-diretor de operações dos Correios Marco Antônio Oliveira pedir R$ 5 milhões ao consultor Rubnei Quícoli, em setembro, para custear despesas de viagens da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
Ribas deixou a PF sem falar com a reportagem, mas seu advogado, Affonso Pinheiro, confirmou o teor das declarações. A PF não se manifestou sobre o depoimento.
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O publicitário, que mora em Campinas, foi ouvido no inquérito que apura suposto tráfico de influência no governo federal por meio de empresa ligadas aos filhos de Erenice Guerra.
Em setembro, Quícoli já havia dito à Folha que Oliveira lhe pediu R$ 5 milhões para pagar supostas "contas" da presidente eleita (então candidata), Dilma Rousseff, e de Erenice Guerra.
O valor, disse Quícoli, era parte de pagamento para a liberação de um empréstimo de seu interesse no BNDES.
Mas o advogado de Ribas disse ontem que o publicitário não ouviu o nome de Dilma nessa reunião, ocorrida em um hotel em Brasília. Ele confirmou ter ouvido apenas o nome de Erenice.
"Ele foi questionado pela PF se durante a reunião entre Marco Antônio e Quícoli ouviu falar em valores, qual o valor pedido, para quem seria e quem pediu [os R$ 5 milhões]", disse o advogado.
O advogado disse que Ribas participou da reunião porque foi convidado por Quícoli, que é "um amigo".
Segundo o advogado, o interesse de Ribas na reunião era manter contratos de publicidade com os Correios.
"Terminada a conversa [sobre Correios], o senhor Quícoli e o senhor Marco Antônio começaram a falar sobre assuntos da MTA [Master Top Linhas Aéreas], e meu cliente [Ribas] presenciou o diretor de operações dos Correios pedir a Quícoli a importância de R$ 5 milhões, em dinheiro, que seriam utilizados para cobrir despesas de viagem de Erenice Guerra", disse o advogado à Folha.
Ribas disse à PF que participou de outra reunião entre Oliveira e Quícoli, dessa vez em São Paulo, antes das eleições, e que novamente houve o pedido de dinheiro.
Procurado pela reportagem, o ex-diretor dos Correios não foi localizado para falar sobre o assunto. Em setembro, ele negou ter pedido os R$ 5 milhões.
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