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Amorim diz que decisão de não extraditar Battisti foi 'soberana'
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SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) disse que a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio ao terrorista italiano Cesare Battisti foi soberana. Por isso, afirmou, não há motivo para o Brasil se preocupar com eventuais retaliações impostas pela Itália.
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"Não temos nenhuma razão para estarmos preocupados com a relação com a Itália. O Brasil tomou uma decisão soberana, dentro dos termos do tratado", disse Amorim, em rápida coletiva na manhã desta sexta-feira (31), no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva --que assinou a decisão de manter Battisti no país.
Amorim (Relações Exteriores) disse que o Brasil não teme retaliações por parte do governo italiano. Ontem, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, classificou a decisão de não extraditar o ex-militante de extrema-esquerda como "incompreensível e inaceitável".
DE VOLTA AO STF
A decisão de Lula precisará passar por nova análise do STF (Supremo Tribunal Federal), e isso só deve ocorrer em fevereiro, após as férias do Judiciário.
Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, disse que, antes de determinar o destino de Battisti, o tribunal vai analisar os argumentos utilizados pelo presidente Lula, que deve negar sua extradição.
Battisti está preso no Brasil há quatro anos por decisão do mesmo Supremo, que acolheu pedido da Itália. Ele foi condenado à prisão perpétua pela Justiça de seu país por mortes ocorridas nos anos 1970, quando integrava organizações da extrema esquerda.
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse ontem que classificará como "inaceitável" uma possível decisão pela permanência.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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