Soldados praticavam tiro ao alvo nos vitrais do Mercadão em 1932
Oitenta anos atrás, o Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, abastecia a cidade de uma maneira bem diferente da atual. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o prédio projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo serviu como paiol de armas e munição. Também funcionou provisoriamente como quartel-general e abrigou combatentes.
Julia Moraes - 30.mar.07/Folhapress | ||
![]() |
||
Há 80 anos, os agricultores que ilustram os vitrais do Mercado Municipal de São Paulo estavam no alvo dos constitucionalistas |
Para treinar a mira, os soldados não titubearam em utilizar como alvo os agricultores que ilustram os painéis de vidro de Conrado Sorgenicht Filho.
O artista, que também assina o trabalho na Catedral da Sé e em outras 300 igrejas, teve de dar um dobrado após a rendição das tropas. Foram alguns meses restaurando o próprio trabalho para entregá-lo tinindo novamente à população, na inauguração de 25 de janeiro de 1933, aniversário da cidade.
Ao todo, são 32 painéis subdivididos em 72 vitrais em estilo neogótico.