Descrição de chapéu mercado de trabalho

Jovens contam caminhos e dificuldades de serem chefes

Carreiras ligadas à tecnologia são as que dão mais oportunidade a gestores novos, dizem especialistas

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São Paulo

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Chefes antes dos 25

Será que os jovens que assumiram cargos de liderança antes dos 25 anos carregam o lema: "trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham"?

Só conversando com eles para saber. Por isso, ouvimos profissionais que exercem posições de chefia desde cedo. Se você também quer trilhar esse caminho, dá um scroll para as dicas.

Eles querem voar, antes de caminhar, assim que Waleska Farias, consultora de carreiras e marca pessoal, define os jovens líderes.

↪ Ela diz que esses profissionais possuem um perfil de liderança mais horizontal, são mais ousados nas tomadas de decisões, são curiosos e tem uma disposição natural de trabalhar de forma colaborativa.​

Jovens líderes
Catarina Pignato

Mas qualquer jovem pode ser líder? Separamos algumas qualidades e habilidades requisitadas:

  • Quando você é líder, o seu tempo é dedicado ao time e ao negócio que está gerindo, diz a professora de MBA em liderança no Ibmec-SP, Lucimar Delaroli. Você vai precisar dedicar seu tempo para os outros, ter uma escuta ativa, ser empático e saber se conectar com as pessoas;
  • Ter habilidades para aprender a gerir, a motivar a equipe, saber dar feedback, avaliar desempenho, distruibuir o trabalho e conhecer os processos políticos da empresa;
  • "A carreira de líder requer muito foco, força de vontade, perseverança e humildade para reconhecer a necessidade de aprender frequentemente com a equipe", diz Farias.


E sempre surge aquela pulga atrás da orelha: 'será que estou preparado?'

Saiba por onde começar... Delaroli, indica o método de aprendizagem 70-20-10:

  • 70% das habilidades que o jovem precisa para se dar bem como gestor estão no próprio trabalho. Então, ele precisa ter interesse e curiosidade para ler o contexto da empresa e ficar de olho nas figuras de liderança que lhe inspiram. Converse com esse profissional, peça conselhos, veja quais formações e estudos ele tem.
  • 20% vem do networkig que o profissional faz, que pode ajudá-lo a dar um direcionamento sobre qual caminho seguir;
  • 10% vem do ensino fomal, por isso fazer especializações, estudar, realizar cursos, assistir live, ouvir podcast, frequentar grupos do seu interesse são formas importantes para adquirir conhecimento;
  • Delaroli também indica os podcasts Líder HD e Autoconsciente para os jovens trabalharem seu autodesenvolvimento em cargos de liderança.


Onde se encontra esses profissionais? Segundo Delaroli, as áreas de tecnologia são as que mais absorvem jovens para posições de liderança, por eles serem mais conectados com esse mundo virtual.

Tá bom, mas como é ser chefe tão novo na prática? Dá um scroll que eu conto quatro histórias abaixo.


Minha experiência

Jovens que assumiram cargos de chefia antes dos 25 contam suas trajetórias e dificuldades

news carreiras - monique
Monique Evelle, 27, fundadora e CEO da Inventivos, plataforma de desenvolvimento de novos empreendedores - Guilherme Lemos

Monique Evelle, 25 anos

Como rolou: aos 25, assumiu como executiva ao fundar a Inventivos. Ela conta que criou a empresa para dar um passo a passo às pessoas que querem empreender.

Caminho: "Todo meu preparo foi feito com mentorias, conversas com pessoas que eu realmente admiro. Uma delas foi a Ana Kuroki [líder na Mesa Company], para aprender a liderar times de alta performance. Além disso, também é um lugar de tentativa e erro, só vou saber se eu fizer.

Dificuldades: "Quando você é jovem, quer tudo para ontem, é muita ansidade e queremos ver resultado logo. Além dessa questão geracional, uma outra dificuldade é que sou uma mulher preta e nordestina, então não dá para hieraquizar, acontece tudo ao mesmo tempo é ser jovem, é ser preta, é ser de Salvador. E outro desafio é saber diferenciar o que é responsabilidade e o que está se tornando um fardo".

carolina utimura - news carreiras
Carolina Utimura, 27, CEO da Eureca, consultoria de recursos humanos - Divulgação

Carolina Utimura, 27 anos

Como rolou: assumiu o cargo de CEO aos 25 anos. "Fiz relações públicas e durante a faculdade entrei em uma empresa júnior, onde coloquei muita energia e me dediquei por quase quatro anos. Cheguei a assumir como presidente executiva da Brasil Júnior [confederação brasileira de empresas juniores]. Foi me chamaram para a Eureca. Fui executiva de contas e, depois de seis meses, passei a liderar a área comercial. Depois, virei COO e, aos 25, assumi como CEO."

Caminho: "Meu conselho antes de tudo é: reflita o que faz sentido para você, não existe um 'caminho certo', a sua carreira é sua e só sua. Então, antes de perseguir uma posição, reflita se ela faz sentido para você". Carolina diz que o que lhe empolga na função: "poder tomar riscos, sentir que todos os dias sou desafiada e isso me faz ter uma curva de aprendizado mais rápida".

Dificuldades: Carolina diz que precisou ter maturidade emocional para lidar com os desafios, ter disicplina de horário para cumprir sua carga horária de trabalho e saber lidar com a autocobrança. "A síndrome de impostra era real, como foi uma guinada muito rápida, me perguntava se era a melhor pessoa para estar nessa posição. Demorou um ano para eu me sentir legítima nesse papel."

felipe - news carreiras
Felipe Adamoli, 24, CEO da Nave.rs, empresa de desenvolvimento de software - Filipe Chepp

Felipe Adamoli, 24 anos

Como rolou: desempenha o cargo de CEO desde os 23 anos. "Fiz ciência da computação e me candidatei para estágio em 2018. Entrei na Nave, que era uma empresa jovem."

Caminho: "Primeiro, fui efetivado como estagiário de desenvolvimento de software, depois fiquei responsável pela área de delivery, em seguida passei a ser COO, encarregado por toda a operação da empresa. Depois, assumi como CEO. Faz um ano que estou nessa posição. Como eu não tinha experiência, estudava muito e pedia ajuda para amigos e mentores com mais tempo de mercado de trabalho."

Dificuldades: "Em uma carreira tradicional, primeiro você trabalha no operacional por cinco anos, depois vai para o nível tático para depois chegar no estratégico. Mas eu já tive que pular essa parte, hoje faço um pouco de tudo. Essa difculdade de não ter tempo para consolidar cada passo, isso cobra um preço diariamente de precisar estar sempre atualizado e também fico mais inseguro."

rodrigo miranda - news carreiras
Rodrigo Miranda, 30, fundador e CEO da Zaitt, franquia de lojas de conveniência autônomas - Divulgação

Rodrigo Miranda, 30

Como rolou: assumiu como executivo aos 23 anos ao fundar a Zaitt. "Começamos a empresa como um negócio local, que entregava bebidas. Em 2017, viramos uma empresa de lojas autonômas, que é o modelo que se perpetua até hoje."

Caminho: "Ser uma jovem liderança do setor é uma experiência desafiadora e recompensadora ao mesmo tempo. Para ter sucesso foi necessário trabalhar muito, abrir mão de muitas coisas no curto prazo, investir na educação e ter inteligência emocional para superar as adversidades impostas pelo mercado."

Dificuldades: "Ao assumir a posição de CEO tão cedo, onde tudo é muito novo, você ainda não tem casca e referencial do que é um problema de verdade, então qualquer coisa que acontece você se desespera. Tive também aqueles questionamentos de 'será que estou fazendo algo errado?', as incertezas eram muito grandes."


Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

Como você não ouviu nada sobre A Mulher da Casa Abandonada? O programa investiga o passado de crimes por trás da mansão de um dos bairros mais ricos de São Paulo e é apresentado e escrito por Chico Felitti.

  • Qual a história? A série em áudio conta sobre uma mulher que vive nessa casa e se apresenta como Mari, mas seis meses de investigação mostram que ela não se chama Mari e sim, Margarida Bonetti. E não para por aí, ela escapou da lista de procurados do FBI por acusações de crimes que cometeu nos Estados Unidos entre a década de 1970 e a virada dos anos 2000.
  • "É uma história que dá várias cambalhotas. Comecei achando que seria um perfil delicado de uma pessoa marginalizada pela sociedade, uma mulher vítima de misoginia, mas acabei me deparando com uma história de crime e de crueldade como eu nunca havia investigado", diz Felitti.
  • E quem é Margarida Bonetti? Ela é uma milionária que conseguiu fugir da Justiça de dois países e que há 24 anos se refugiou na mesma mansão em que cresceu. O local está sem manutenção e se degradou com o tempo.
  • Então, é baseado em fatos reais? Sim, o podcast é uma reportagem que se baseou em registro de um caso de interesse público e procurou ouvir todos os envolvidos. Vale lembrar, que não é uma investigação policial nem um processo judicial.
  • Opinião: Podcast da Folha, com enredo incrível, viraliza e sai do controle do jornal, escreve o ombudsman da Folha José Henrique Mariante​.

O que é esse tal de 5G "puro"? Uma tecnologia que oferece internet móvel com altissima velocidade. Ela já está em operação em Brasília, após a liberação da faixa de frequência de 3,5 GHz pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

  • Mas o que essa rede pode fazer? Embora a novidade seja lembrada principalmente por sua velocidade --em média o 5G alcança 1Gbps (gigabyte por segundo), dez vezes mais do que o 4G-- , ela também terá uma latência (tempo entre envio e o recebimento de dados) bem menor, o que torna a resposta do celular a um comando consideravelmente mais rápida.
  • Mas, pensando no consumidor: como usar o 5G? É preciso ter aparelho e chip compatíveis com essa rede, ser cliente de uma das operadoras, como a TIM, Vivo e Claro, que ofereça o serviço e estar na área de cobertura.
  • Quanto vai custar? Ainda não dá para falar um valor exato, mas pode demandar que o usuário troque um chip antigo por um novo. A TIM já informou que um novo chip não será necessário, enquanto a Claro e a Vivo não informaram preços.
  • Cronograma: até 29 de agosto é para que todas as capitais estaduais tenham acesso ao 5G. Inclusive, Belo Horizonte e Porto Alegre estão adiantadas e poderão oferecer o serviço em breve.
  • Até no mercado de trabalho deve movimentar com o 5G ao gerar empregos e exigir novas habilidades profissionais. Os setores de tecnologia e telecomunicações serão os mais afetados.
  • Opinião: O 5G na educação vai proporcionar maior acessibilidade, otimizar as aulas híbridas em sala de aula e possibilitar o acesso à tecnologia da educação no ambiente escolar, escreve o colunista da Folha Arnaldo Niskier.


Funciona em qualquer aparelho? O 4G vai acabar? Ouça no podcast Café da Manhã o que muda com a estreia do 5G no Brasil.

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