Apple exclui de smartwatches o app de oxigenação de sangue questionado na Justiça

Relógios Ultra 2 e Series 9 serão vendidos nos EUA sem os recursos após derrota em ação de quebra de patentes

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Tripp Mickle
San Francisco (EUA) | The New York Times

A Apple anunciou nessa quarta-feira (17) que começará a vender dois de seus principais smartwatches sem a medição de níveis de oxigênio no sangue das pessoas.

A gigante da tecnologia excluirá o recurso apenas nos Estados Unidos a partir de quinta-feira (18), depois de perder um processo de quebra de patente sobre sua tecnologia de medição de oxigênio no sangue há dois meses.

"As vendas no Brasil seguem normalmente e com esses recursos", disse a Apple em nota enviada à Folha.

Em outubro, a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) recomendou que a Apple parasse de vender seus dispositivos Apple Watch Series 9 e Watch Ultra 2. Em vez de interromper as vendas, a empresa solicitou permissão para continuar vendendo os dispositivos após remover a tecnologia infratora.

Modelos de smartwatches da Apple
Apple excluirá app que mede oxigenação de sangue dos usuários nos modelos Series 9 e Ultra 2 - Michael M. Santiago / Getty Images via AFP

A Apple chegou a suspender as vendas entre 21 e 27 de dezembro do ano passado, quando obteve uma sentença favorável em um tribunal de apelação em Washington para voltar a comercializar os produtos.

A partir desta quinta-feira (18), as pessoas que comprarem um novo relógio nos Estados Unidos ainda verão o aplicativo Blood Oxygen da Apple nos dispositivos, disse a empresa. Mas se eles tocarem no aplicativo, ele informará que o recurso não está mais disponível.

A mudança não afetará os smartwatches atualmente em uso. As pessoas com relógios da Apple capazes de detectar seus níveis de oxigênio no sangue podem continuar usando esse recurso, disse a empresa.

O Watch Series 9 e o Watch Ultra 2 também continuarão a oferecer uma variedade de outros recursos, incluindo a capacidade de rastrear corridas, definir temporizadores e detectar quedas e batimentos cardíacos irregulares.

Em outubro, a ITC constatou em outubro que vários Apple Watches infringiram patentes detidas pela Masimo, uma empresa de tecnologia médica em Irvine, na Califórnia (EUA), que ajudou a pioneira em tecnologia de oxímetro de pulso. Ela emitiu uma proibição de importação dos relógios da Apple, que são fabricados na Ásia.

Na ocasião, um porta-voz da Apple informou discordar "veementemente" da decisão. A fabricante de celulares e relógios inteligentes recorreu, chegou a obter uma liminar, mas voltou a ser derrotada em julgamento nessa quarta-feira (18).

A decisão é um golpe nos esforços da Apple para aumentar a utilidade de seus relógios adicionando recursos de saúde. Em 2018, a empresa obteve aprovação da FDA (Food and Drug Administration, a agência de vigilância sanitária dos EUA) para seus relógios começarem a medir as frequências cardíacas por meio de testes de eletrocardiograma. Posteriormente, adicionou a capacidade de detectar quedas, acidentes e frequências cardíacas.

Os novos recursos levaram a Apple a se aprofundar no mundo dos dispositivos médicos, dominado por empresas como Medtronic e Abbott. A Masimo havia garantido várias patentes sobre a tecnologia de oxímetro de pulso, que mede a porcentagem de oxigênio que as células vermelhas do sangue transportam dos pulmões para o corpo.

No tribunal, a Masimo disse que a Apple havia discutido a aquisição da empresa de dispositivos médicos, mas optou por contratar os principais executivos e funcionários da Masimo. Em 2020, a Apple lançou seu primeiro relógio com oximetria de pulso.

No ano seguinte, a Masimo levou suas reclamações de que a Apple roubou sua tecnologia para a Comissão de Comércio Internacional. Espera-se que o tribunal de apelações tome uma decisão neste ano.

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