Viaje para mais destinos pelo preço de um e deixe de perder tempo no aeroporto

Companhias facilitam stopover, que transforma conexão em oportunidade de conhecer outras cidades

Carolina Muniz
Lisboa

​​​Se for preciso fazer uma conexão antes de chegar ao destino, por que não tirar proveito disso? Essa é a lógica do stopover, parada gratuita oferecida por boa parte das companhias aéreas.

Com esse serviço, o passageiro pode trocar horas de espera dentro do aeroporto por alguns dias para conhecer a cidade onde a conexão onde é feita. Assim, ele aproveita para visitar mais de um destino pagando por uma passagem.

Os lugares de parada variam de acordo com a empresa aérea. Cada uma tem seus hubs, aeroportos com função estratégica que concentram as operações e distribuem os voos.

Globo de neve com galo português, ônibus de Londres e Torre Eiffel
Eduardo Knapp/Folhapress Produção Danae Stephan

Na hora de comprar o bilhete em sites de busca ou das companhias, o viajante deve selecionar apenas opções com conexões —para Cancún, no México, passando pela Cidade do Panamá, por exemplo.

Depois de simular o valor, é preciso clicar no item “várias cidades” ou “múltiplos destinos”, dependendo da plataforma. Aí, é possível escolher a data de cada trecho, contando com o tempo de permanência na parada.

Vale ficar atento e comparar o preço com e sem os dias a mais na cidade da conexão. Em geral, as passagens saem pelo mesmo valor —ou ficam um pouco mais caras. A maioria das empresas permite somente um stopover por vez, na ida ou na volta.

No caso do grupo Air France-KLM, dá para fazer até duas paradas: uma na ida em Paris (França) pela Air France e outra na volta em Amsterdã (Holanda) pela KLM, ou vice-versa. O limite para a estadia é de 90 dias, tempo máximo de permanência para turistas brasileiros na Europa.

A mesma lógica funciona para a parceria entre as companhias Lufthansa e Swiss. É possível parar na ida e na volta em Frankfurt, na Alemanha, e em Zurique, na Suíça. 

Algumas empresas aéreas ainda oferecem facilidades extras para quem opta pelo stopover. Na estadia de até três dias em Roma, os passageiros da Alitalia ganham descontos em hotéis e podem guardar as bagagens no aeroporto, sem custo adicional.

Mas o serviço mais completo de stopover, para voos que saem do Brasil, é feito pela portuguesa TAP. Lançado em julho de 2016, permite uma parada gratuita de até cinco noites no Porto ou em Lisboa. 

Foram desenvolvidos especialmente para o programa um site e um aplicativo —que funciona como guia de viagem e também dá acesso a descontos em hotéis, passeios e atrações turísticas. Em Lisboa, o passageiro ainda ganha uma garrafa de vinho de cortesia em restaurantes parceiros.

A estratégia da empresa é apresentar Portugal como destino aos turistas que não teriam planos de viajar ao país tão cedo. Desde o início, o programa já recebeu mais de 200 mil passageiros, 45% deles brasileiros.

A jornalista viajou a convite da TAP

 

 

O que oferecem os programas de stopover de 11 empresas aéreas  

American Airlines

O viajante pode fazer uma parada na ida ou na volta nas cidades americanas de Miami, Nova York, Dallas ou Los Angeles, mas nem sempre ela é gratuita. Segundo a empresa, o preço das tarifas de stopover muda de acordo com as rotas, a época do ano e o mercado. Por exemplo, atualmente, um voo de São Paulo para Honolulu, no Havaí, permite uma parada gratuita em Dallas ou Los Angeles. Já no caso de um bilhete do Rio de Janeiro para Paris, na França, é preciso pagar pelo menos U$ 500 (R$ 2.068) para fazer um stopover em Nova York ou Miami. O tempo limite da estadia pode variar, mas, na maioria dos casos é de um ano; aa.com.br

Air France e KLM 

Como fazem parte do mesmo grupo, as companhias oferecem a possibilidade de dois stopovers gratuitos para todos os voos saídos do Brasil. Assim, dá para parar na ida em Paris, na França, e na volta em Amsterdã, na Holanda, ou vice-versa. O limite da estadia é 90 dias, período máximo de permanência de turistas brasileiros na Europa. As passagens podem ser compradas tanto no site da Air France quanto da KLM. Para voos que saem de Belém, Manaus, Natal, Recife ou Salvador também é possível fazer uma parada em Fortaleza. Nesses casos, continua valendo o limite de uma parada na ida e uma na volta. Caso o passageiro queira acrescentar mais outra, deve pagar uma taxa de U$ 75 (R$ 310); airfrance.com.br e klm.com

Alitalia

Na parada gratuita de até três noites em Roma, os passageiros ganham desconto nos hotéis Sheraton Parco de Medice, Fruit Hotels, The Church Palace, Hotel Roma Aurelia Antica, Hotel Regent e Reginal Hotels. A porcentagem do benefício varia de acordo com a demanda e a data da viagem. Além disso, é possível deixar as bagagens guardadas no aeroporto de Fiumicino sem pagar nada a mais por isso. O stopover pode ser feito na ida ou na volta do destino final —19 cidades na Itália ou 54 em outros países (exclui Estados Unidos, Canadá e México). A promoção é válida para voos até 31 de dezembro; alitalia.com

United

A companhia oferece a possibilidade de fazer um stopover nos Estados Unidos em rotas determinadas. Voos de São Paulo a Los Angeles ou a Vancouver (Canadá) permitem parada em Chicago. Se o destino for San Francisco, o viajante pode parar em Newark (Nova York); já se for Tóquio (Japão), em Houston. Partindo do Rio de Janeiro para Orlando também é possível descer em Houston. O tempo máximo de permanência depende de cada rota. O serviço pode ou não ser gratuito; united.com

Copa Airlines

A companhia aérea oferece uma parada gratuita de até 48 horas na Cidade do Panamá. Existe a possibilidade de ampliar a estadia por mais dias, mas o passageiro fica sujeito a pagar um preço diferente pela tarifa. Caso ele prefira fazer um stopover de 48 horas na ida e outro na volta, há um custo adicional de U$ 50 (R$ 207). O serviço não é válido para passagens promocionais; copaair.com

Lufthansa e Swiss

Para viagens à Europa, é possível fazer um stopover por companhia ou dois se o bilhete for das duas empresas, já que ambas pertencem ao grupo Lufthansa. Assim, dá para parar na ida em Frankfurt pela Lufthansa e na volta em Zurique pela Swiss, ou vice-versa. A duração máxima da estadia é de 90 dias, limite para turistas brasileiros na Europa; lufthansa.com e swiss.com

Azul

Para viagens partindo do Brasil com destino aos Estados Unidos, a companhia permite ao passageiro fazer uma parada gratuita nas cidades de Fort Lauderdale ou Orlando, ambas na Flórida. Em voos para a Europa, é possível descer em Lisboa, Portugal. Nos dois casos, a duração do stopover é de no máximo sete dias; voeazul.com.br

TAP

Os passageiros podem ficar no Porto ou em Lisboa por até cinco dias. A companhia disponibiliza um aplicativo, para Android e iOS, que serve como guia de viagem e dá acesso a descontos em hotéis, passeios e atrações. Por exemplo, na loja de departamento El Corte Inglés, clientes do stopover têm direito a drinque de boas-vindas, desconto de 10% nas compras e entrega dos produtos no hotel. Em Lisboa, também ganham uma garrafa de vinho em restaurantes parceiros, caso do Hard Rock Cafe e do Eleven, com uma estrela Michelin. O programa tem site próprio: portugalstopover.flytap.com

Emirates 

O stopover da companhia permite que o passageiro fique em Dubai por até 90 dias, prazo para permanecer nos Emirados Árabes como turista. O serviço nem sempre é gratuito. Se o viajante escolher se hospedar em um dos hotéis parceiros da empresa, pode contar com vantagens, como transfer de ida e volta ao aeroporto. Para isso, depois de comprar a passagem pelo site, deve fazer o agendamento pelos escritórios da Emirates no Rio ou em São Paulo; emirates.com

Qatar Airways

Oferece parada em Doha, com duração máxima de 96 horas e uma estadia de cortesia em um dos hotéis parceiros da companhia. O visto de trânsito no país também é gratuito e realizado na chegada. A promoção vale para reservas feitas até 28 de dezembro para viajar até 31 de dezembro; qatarairways.com

Air China

Em voos para a Ásia, a empresa permite um stopover gratuito em Pequim. Brasileiros que viajam a outro país podem ficar até seis dias na cidade sem necessidade de tirar o visto chinês. Por mais € 70 (R$ 338), o passageiro também pode fazer, na mesma viagem, uma parada em Madri, na Espanha; airchina.com.br

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