Grupo Fasano restaura prédio histórico para novo hotel em Salvador

Restaurante da hospedagem junta menu baiano ao seu tradicional cardápio italiano

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Fachada de prédio com letreiro escrito "Fasano"
Fachada do hotel Fasano em Salvador - Xico Diniz/Divulgação
Salvador

​A praça Castro Alves, disse o músico, é do povo (como recitava o próprio poeta Castro Alves a respeito das praças em geral). Recentemente, esse lugar icônico do centro histórico de Salvador, com vista para a baía de Todos-os-Santos, passou a ser a sede do mais elegante hotel da cidade, o Fasano.

A filial baiana da marca hoteleira que nasceu em São Paulo 15 anos atrás —e está em sete cidades, inclusive fora do Brasil (no Uruguai)— abriu as portas no final do ano, na esteira de outra inauguração, em Belo Horizonte.

O Fasano de Salvador, nascido num momento em que hotéis importantes vinham sendo desativados, mas em que a cidade vive um período de invejável renovação urbana, traz pelo menos duas novidades.

A primeira é o fato de não estar instalado num prédio construído especialmente para ele, mas sim num edifício histórico dos anos 1930. Construído em estilo art déco, o lugar já foi sede do jornal A Tarde por 45 anos e também de escritórios. Hoje é tombado como bem cultural da Bahia.

Imponente, a construção foi restaurada e modernizada, seguindo projeto de um velho parceiro do grupo, o arquiteto paulista Isay Weinfeld.

Um azul que lembra tons provençais, mas também o oceano em frente, tem uso recorrente, já que é dominante em setores do edifício cujo tombamento requer a manutenção inclusive da cor.

No mais, uma elegante modernidade clássica é temperada com detalhes que lembram a cultura baiana, como trabalhos de artesanato local, revestimentos de palha de bananeira, lambris de madeira da Bahia e móveis de jacarandá.

 

Há também peças decorativas ou utilitárias como as fôrmas metálicas de pão de açúcar (como se chamavam os grandes torrões arredondados produzidos nos engenhos de açúcar), que ornamentam o restaurante e o bar.

O conjunto da obra abriga, em seus 11 andares, um total de 70 quartos (o valor da diária para duas pessoas, em um final de semana de março, partia de R$ 1.338, em cotação realizada nesta semana).

Entre as acomodações está o apartamento 106, antiga sala da presidência do jornal A Tarde, da qual foram conservados o piso de taco, os painéis de jacarandá e os adornos de gesso. No topo de prédio ficam o bar, o spa, a sala de ginástica e a bonita piscina com vista para o mar.

A outra novidade é que, ao lado do cardápio principal e notoriamente italiano, como é habitual na rede, a unidade de Salvador serve também um menu de comida baiana.

A elaboração é da chef Tereza Paim, que comanda na cidade o restaurante Casa de Tereza. O chef executivo é um baiano, Lomanto Oliveira, que atuou no grupo por muitos anos em diferentes cidades.

O hóspede ou visitante, desta forma, depois de passar pelos drinques servidos no bar, pode fartar-se com os clássicos da grife Fasano —como o carpaccio com pinoli e azeitona preta (R$ 62), o ossobuco de vitelo com risoto de açafrão (R$ 110) ou o tiramisù (R$ 32).

Mas também pode desbravar sabores locais, com itens como acarajé com vatapá de inhame (R$ 24), bobó de camarão (R$ 140 para duas pessoas), moqueca de peixe (R$ 125 para dois) ou, como sobremesa, cocada de forno com sorvete de rapadura, cachaça e especiarias (R$ 26).

É o que tem feito um bom número de moradores de Salvador, enchendo de animação o restaurante e o bar, reforçando um caminho de recuperação urbana em curso na praça histórica que ganhou o nome de um poeta símbolo da cultura local.

O jornalista viajou a convite do Fasano

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