Descrição de chapéu América Latina

Veja o que conhecer no Peru além de Machu Picchu, que é alvo de paralisações

Turista ainda pode se aventurar em fortalezas, montanha colorida e cânion gigante no país andino

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Vista do cânion do Colca, na região de Arequipa, no Peru

Vista do cânion do Colca, na região de Arequipa, no Peru Mariana Agunzi/Folhapress

Cusco (Peru)

Difícil encontrar quem viajou para o Peru sem colocar na rota, ou ao menos cogitar, conhecer Machu Picchu. O icônico sítio arqueológico, uma das sete maravilhas do mundo, é a atração mais visitada do destino latino-americano —cujo caldo de turistas é engrossado com força pelo Brasil, quinto país que mais envia gente para lá.

Mas a cidade inca ganhou holofotes no noticiário das últimas semanas por outro motivo: a paralisação de moradores e operadores turísticos, que protestaram contra a centralização da venda de ingressos do santuário pela empresa privada Joinnus. Os manifestantes chegaram a interromper o transporte ferroviário e os ônibus que acessam as ruínas históricas, isolando turistas nos Andes.

Ainda que a situação tenha sido regularizada, após acordo entre o governo do Peru e moradores da região, a incerteza sobre manter ou não uma viagem para Cusco a curto prazo pode pairar. Mas não há motivos. Não só porque a paralisação foi suspensa, mas também porque os outros passeios oferecidos no distrito valem a saída.

Machu Picchu é destino obrigatório, mas não é o único —e se você tiver o infortúnio de não poder acessá-lo durante sua viagem ao Peru, veja outras dicas do que visitar na região.

Não ignore o City Tour

Se você é o tipo de viajante que sente calafrios ao ouvir a agência turística oferecer um city tour, considere fazer o passeio em Cusco. A ideia aqui não é andar de ônibus para conhecer o centro histórico; se essa for sua intenção, vale fazer o tour guiado a pé, que sai diariamente da Praça de Armas.

Neste passeio, o turista conhece os sítios arqueológicos que ficam ao redor da cidade, como a fortaleza inca Sacsayhuaman, os labirintos de Qenqo, as ruínas de Pukapukara e Tambomachay, destinado pelos incas ao culto da água. A maioria das agências também inclui neste pacote a visita à catedral de Cusco.

O tour não exige grande esforço físico e por isso pode ser feito no primeiro ou segundo dia de viagem —lembre-se de que Cusco está a 3.400 metros acima do nível do mar e a falta de oxigênio cansa bastante. É necessário dar tempo para a aclimatação, ou seja, para que o corpo se acostume.

Quanto? Cerca de 35 soles (R$ 45,50) por pessoa, com transporte e guia (inglês ou espanhol). A entrada aos sítios arqueológicos deve ser paga à parte, por meio do bilhete turístico de Cusco*.

Ruínas do sítio arqueológico de Pukapukara, em Cusco
Ruínas do sítio arqueológico de Pukapukara, em Cusco - Mariana Agunzi/Folhapress

Visite Moray e as salinas de Maras

Outro circuito que deve entrar no roteiro. Neste passeio, o turista conhece o sítio arqueológico de Moray, uma região verde e cheia de curvas. O espaço era um campo de experimentação agrícola onde os incas criavam microclimas —mais quentes embaixo, no centro, e mais frios nos degraus de cima— de forma a conseguir plantar diferentes produtos no mesmo local.

Depois, a visita segue para as salinas de Maras, formadas por 5.000 poços. Ali, 700 famílias vivem da extração artesanal do sal, num processo simples e efetuado da mesma forma desde o período pré-inca: a água salgada que sai da montanha é canalizada para os poços, evapora no período de seca, e o composto cristalizado é retirado manualmente.

Quanto? Cerca de 40 soles (R$ 52) por pessoa, com transporte e guia (inglês ou espanhol). A entrada ao sítio arqueológico deve ser paga à parte, por meio do bilhete turístico de Cusco*. A entrada à salina de Maras custa 15 soles (R$ 20).

Campo de experimentação agrícola inca de Moray, no Peru
Campo de experimentação agrícola inca de Moray, no Peru - Mariana Agunzi/Folhapress

Conheça mais do Vale Sagrado

Agora que o corpo está mais acostumado à altitude é hora de fazer o tour pelos outros sítios arqueológicos do Vale Sagrado Inca, que permeiam o rio Urubamba. O trajeto inclui as ruínas de Pisaq, o colorido mercado artesanal do povoado e a visita à fortaleza inca de Ollantaytambo.

Nela, prepare-se para subir 250 degraus e ter uma vista incrível da cidade que se tornou espaço de resistência de Manco Inca Yupanqui, um dos primeiros rebeldes incas durante a invasão espanhola, no século 15. Vale saber: se você for seguir para Machu Picchu, é possível ficar em Ollantaytambo e pegar lá o trem que leva para o patrimônio histórico.

Quanto? Cerca de 130 soles (R$ 170) por pessoa, com transporte e guia (inglês ou espanhol) e almoço em bufê. A entrada aos sítios arqueológicos deve ser paga à parte, por meio do bilhete turístico de Cusco*.

Vista de cima da fortaleza inca de Ollantaytambo, no Vale Sagrado
Vista de cima da fortaleza inca de Ollantaytambo, no Vale Sagrado - Mariana Agunzi/Folhapress

Aventure-se na Montanha de Sete Cores

Já está há alguns dias na região? Você pode enfim colocar a Vinicunca, conhecida como Montanha de Sete Cores, em seu roteiro. O destino se tornou o segundo mais visitado do Peru, atrás apenas de Machu Picchu, e atrai multidões que querem chegar ao topo para tirar fotos com suas cores peculiares.

Os tons inusitados da montanha se dão pela oxidação de diferentes minerais. Para chegar lá, é preciso acordar cedo (mesmo: a van irá te buscar entre 3h e 4h da madrugada), viajar por cerca de três horas e então começar a caminhada, que demanda mais uma hora, até o topo.

O percurso não seria difícil se não fossem os 5.200 metros de altitude, que dificultam bastante a respiração. Para evitar o soroche, famoso mal de altitude, há remédios e o método mais usado pelos locais: mascar folha de coca durante o percurso.

Quanto? Cerca de 130 soles (R$ 170) por pessoa, com transporte, guia (inglês ou espanhol), café da manhã e almoço no retorno. A entrada da Vinicunca custa 15 soles (R$ 20).

Vista da Vinicunca, conhecida como Montanha de Sete Cores, em Cusco
Vista da Vinicunca, conhecida como Montanha de Sete Cores, em Cusco - Mariana Agunzi/Folhapress

Tem mais alguns dias? Vá ao Vale do Colca

Quem puder esticar em ao menos mais dois dias a viagem pelo Peru pode (e deve) colocar Arequipa no roteiro. A cidade fica a 500 km de Cusco (uma hora de avião ou nove horas de ônibus), mas é encantador avistar os vulcões que circundam a região. Além disso, é de lá que parte o passeio para o Vale do Colca, cânion que tem mais do que o dobro de profundidade do Grand Canyon, nos EUA, com cerca de 4.000 metros.

O percurso até o cânion, por si só, já justifica o passeio: você verá alpacas, vicunhas e toda beleza da fauna e da flora do vale andino. Mas com um pouco de sorte poderá contemplar também, já na montanha, o voo do condor, ave cujas asas podem checar a três metros de diâmetro e que era sagrada para a civilização inca.

O passeio é longo, começa de madrugada e pode cansar. Por isso, se tiver mais tempo, o turista pode optar por fazer o Colca em dois dias e dormir na histórica Chivay, cidade que remonta ao período pré-inca e que é porta de entrada para o vale.

Quanto? Cerca de 80 soles (R$ 105) por pessoa, com transporte, guia (inglês ou espanhol) e café da manhã. A entrada do cânion deve ser paga à parte, 40 soles (R$ 52) por pessoa, para sul-americanos.

Vista do cânion do Colca, na região de Arequipa, no Peru
Vista do cânion do Colca, na região de Arequipa, no Peru - Mariana Agunzi/Folhapress

* O Bilhete Turístico de Cusco dá acesso a 16 atrações, compreendendo os sítios arqueológicos do Vale Sagrado, é válido por dez dias e custa 130 soles (R$ 169). O turista também pode comprar o bilhete parcial, que custa 70 soles (R$ 91), dá acesso a um dos três circuitos e é valido por um dia. A compra pode ser feita diretamente na bilheteria de entrada de qualquer uma das atrações compreendidas no circuito.


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