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3 dias em Los Angeles: veja roteiro com o que fazer na maior cidade da Califórnia

Metrópole da costa oeste dos Estados Unidos agora conta com voos sem escalas a partir de São Paulo

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Sob se põe no horizonte da cidade de Los Angeles a partir da placa de Hollywood

Sob se põe no horizonte da cidade de Los Angeles a partir da placa de Hollywood - Hunter Kerhart / The New York Times

Los Angeles

Quando o sol cai no píer de Santa Mônica, destino final da mítica Rota 66, o céu se tinge de tons avermelhados, rosados e arroxeados, interrompidos apenas pela silhueta negra das palmeiras e da roda-gigante.

É uma imagem um tanto emblemática da segunda maior cidade americana, Los Angeles, que se impõe como um espelho invertido de Nova York. Os arranha-céus fincados em avenidões geométricos da metrópole da costa leste cedem lugar a uma mancha de bairros esparramados entre as montanhas e o Pacífico e interligados pelas típicas freeways.

Estamos nas "bordas da civilização ocidental", como a banda local Red Hot Chili Peppers descreve em "Californication", canção que resume o hedonismo dos lados de cá.

L.A. é a capital mundial do showbiz, por certo, como o letreiro de Hollywood não deixa mentir, sede dos grandes estúdios de cinema, berço de bandas como The Doors e Guns N' Roses e das tramas detetivescas de Raymond Chandler —mas também a grande exportadora do que há de mais descontraído na cultura americana. Foi onde nasceu o skate, onde primeiro se tentou legalizar a maconha e sede de uma boemia cantada em muita música e retratada em muito filme.

Veja a seguir um guia para curtir três dias na grande metrópole da costa oeste, que acaba de ganhar, aliás, voos diretos a partir de São Paulo.

Dia 1

Se Los Angeles é a meca do cinema, uma boa pedida é começar o dia na Hollywood boulevard, mais precisamente no entorno da Calçada da Fama —ao longo de 15 quarteirões, mais de 2.700 celebridades, entre atores, diretores e músicos ganham homenagem na forma de inscrições feitas em marmorite e latão. Ali ficam o Chinese Theatre e o Egyptian Theatre, erguidos nos anos 1920, quando os grandes estúdios começaram a moldar a cidade que hoje é Los Angeles.

Em frente ao Chinese, que há quase cem anos vem recebendo grandes estreias mundiais, fica o pátio onde atores como Jane Fonda e Harrison Ford deixaram a marca de suas mãos e sapatos impressas no cimento. Já o Egyptian, hoje administrado pela Netflix, recebe sessões especiais das produções da plataforma de streaming. Ambos podem ser visitados mediante agendamento, assim como o bem mais moderno Dolby Theater, ali colado, que é famoso por receber as cerimônias do Oscar.

Palmeiras típicas de Los Angeles, enfileiradas na avenida Franklin
Palmeiras típicas de Los Angeles, enfileiradas na avenida Franklin - Emily Shur/The New York Times

Ao lado do Dolby fica uma galeria a céu aberto de onde se pode contemplar, ao longe, a placa de Hollywood. Seguindo na mesma Hollywood boulevard está uma das unidades da Amoeba Music, maior vendedora independente de discos. Serve para os aficionados em mídia física —discos de vinil, DVDs e CDs, novos ou usados, se espalham em prateleiras sem fim entre camisetas e livros.

Uma vez terminado o rolê por ali, vale dar uma esticada até Burbank, pela tarde, para fazer algum dos tours de estúdio. É lá que ficam sedes de gigantes como a Disney e a Warner, ambas famosas por seus grandes galpões e caixas d'água retratadas em inúmeras produções.

Nos estúdios da Warner, por exemplo, é possível acompanhar um grupo por locações reutilizadas em diversas obras. A partir de US$ 70 se conhece uma cabana vista em produções tão díspares como "Aquaman" e "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, ou o quarteirão que recria as ruas de Nova York, com suas escadas de ferro na fachada, usado para cenas externas de "Friends" (isso mesmo, o seriado nunca foi filmado nas ruas de Manhattan).

Horizonte da cidade de Los Angeles com uma de suas famosas freeways em primeiro plano
Horizonte da cidade de Los Angeles com uma de suas famosas freeways em primeiro plano - Mike Kai Chen/The New York Times

Depois do almoço, vá até o Observatório Griffith, onde foram rodadas cenas de longas como "Juventude Transviada" —há até um busto de James Dean por ali— e "La La Land". No alto, o lugar oferece uma boa vista da cidade de Los Angeles —pense em "E.T. O Extraterrestre" para se ter uma ideia das colinas do vale de San Fernando que são vistas a partir dali.

Ainda dá para fazer uma caminhada a partir do parque Griffith, onde fica o observatório, até a placa de Hollywood. Não se pode chegar a menos do que 30 metros de distância dela, mas quem optar por fazer uma caminhada consegue fazer boas fotos nas proximidades —mas um aviso, a caminhada toda pode levar mais do que três horas, e o parque fecha no fim da tarde, então é bom se programar.

Dia 2

A pedida é desbravar a região central de Los Angeles —mas é bom tomar cuidado com os pertences pessoais, como em qualquer grande metrópole americana.

No centro financeiro da cidade estão os poucos arranha-céus locais, muitos deles em estilo art déco. Entusiastas de arquitetura podem escolher algum dos tours do gênero disponíveis, que geralmente tomam quatro horas e passam a pé por marcos urbanos locais como a casa de espetáculos Walt Disney Concert Hal, finalizada por Frank Gehry há pouco mais de 20 anos, além de bairros como Little Tokyo, da comunidade japonesa, e Chinatown, hoje coalhada de galerias de arte e mercados de rua.

Obseratório Griffith Observatory no parque Griffith, em Los Angeles
Obseratório Griffith Observatory no parque Griffith, em Los Angeles - Tanver Badal/The New York Times

Para um almoço inusitado, uma dica nos arredores do centro é ir ao The Original Pantry, que serve comida de café da manhã 24 horas por dia, como panquecas, hash browns e waffles. É um daqueles clássicos diners americanos, com toldo listrado, balcão com cadeiras e comida farta. Dizem que Martin Luther King e Marilyn Monroe já se sentaram por ali no restaurante aberto em 1924.

À tarde é hora de se dirigir à área em que ficam dois importantes museus da cidade --o da Academia, também conhecido como Museu do Oscar, e o Lacma. Eles ficam lado a lado. O primeiro deles serve aos geeks do cinema, com acervo composto por figurinos e peças de cenário de clássicos como "O Poderoso Chefão" e "Casablanca" (leia mais aqui). O outro é um dos locais que fazem de Los Angeles uma cidade central quando o tema gira em torno de artes visuais.

Aberto de quinta a terça, o Lacma exibe um bom acervo sobretudo de regiões cujas comunidades são majoritárias em Los Angeles. É o caso de sua coleção de arte latino-americna, com obras pré-colombianas e do muralista Diego Rivera, e asiática, com peças de Japão, Coreia e China dos primeiros séculos da era cristã.

Dia 3

Beverly Hills é a morada intocável das maiores celebridades do planeta. Tom Cruise, Britney Spears e Brad Pitt são só alguns de seus mais famosos residentes. Os fãs mais afoitos até podem contratar um dos vários serviços que levam a perto das mansões de alguns deles —quem já viu o filme "Mapas para as Estrelas", de David Cronenberg, vai ter uma ideia do que se trata. Mas fica o aviso de que a experiência tem um quê de armadilha para turista.

Parque de skate em Venice Beach, em Los Angeles
Parque de skate em Venice Beach, em Los Angeles - Tanveer Badal/The New York Times

Nas redondezas, o melhor é ir para a Rodeo Drive, a rua do luxo no reduto que é símbolo do luxo. Gucci, Prada, Chanel e afins se enfileiram à sombra das palmeiras para quem dispõe da grana para desembolsar muitos dólares ou para quem quer só bater perna como Julia Roberts em "Uma Linda Mulher".

O Getty Center não fica longe, no cume das colinas de Brentwood. Abriga um acervo com mais de 50 mil obras reunidas pelo bilionário J.Paul Getty, entre eles telas de Van Gogh, distribuídas num palacete moderno, cercado por jardins repletos de esculturas e espelhos d'água. Traz curiosas mostras temporárias --em maio, estava em cartaz uma sobre sangue, que reunia pinturas feitas com o líquido no século 16 ao tênis de Satã lançado pelo músico Lil Nas X.

Hora de procurar algo mais pé no chão.

Mais ao sul fica Venice Beach, canto boêmio da cidade, famoso pelas letras de Jim Morrison e pelos parques de skate —o esporte teria se aperfeiçoado ali, quando um bando de surfistas aproveitaram a temporada sem ondas para fazer manobras em piscinas vazias das casas locais.

Píer de Santa Mônica, em Los Angeles, no pôr do sol
Píer de Santa Mônica, em Los Angeles, no pôr do sol - Apu Gomes/AFP

Dá para andar sem pressa pelo calçadão, em meio ao povo que circula por ali de patins ou de bike e comer no All'Antico Vinaio, filial americana da rede italiana que prepara ótimos sanduíches de presunto cru, rúcula, tomate e outras delícias mediterrâneas. Custam em média US$ 20, mas são tão grandes que podem ser divididos.

Uma vez em Venice, dá para terminar o dia em Santa Mônica, ali encostada. Se estiver quente, dá para molhar a perna as águas do Pacífico enquanto o pessoal usa o píer para a pesca e as crianças podem se animar com o parque ali instalado desde os anos 1920. Montanha-russa e carrossel ainda funcionam —uma joia vintage em tempos de brinquedos tão com cara de videogame.

O jornalista viajou a convite da Delta, da Latam e da feira de turismo IPW

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