Descrição de chapéu Bloomberg

Air France cria hotel de luxo dentro de sala VIP no aeroporto de Paris; veja como é e quanto custa

Acesso é exclusivo aos passageiros da primeira classe que desembolsarem 800 euros (R$ 4.900) extras pelo conforto

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Albertina Torsoli e Sarah Rappaport
Paris | Bloomberg

Para recompensar seus passageiros que mais gastam, a companhia aérea francesa Air France passou a oferecer três suítes privativas dentro da sua sala VIP La Premiere, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, que tem cerca de mil metros quadrados e já exclusiva aos passageiros da primeira classe. Cada uma das suítes, com cerca de 46 metros quadrados, é comparável a um quarto de luxo de um renomado cinco estrelas parisiense, como o Le Bristol.

Sala VIP da Air France no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, que foi totalmente renovada
Sala VIP da Air France no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, que foi totalmente renovada - Divulgação

No espaço, os hóspedes contam com serviço de mordomo, cama de casal com lençóis impecáveis, uma generosa área de estar decorada com flores frescas e frutas, e até mesmo pátios ao ar livre. Quando chegar a hora de pegar o voo, um Porsche Cayenne ou uma van Mercedes os levam diretamente para a porta da aeronave.

Mas ao contrário de outras salas VIP, que estão inclusas no preço da passagem de classe executiva ou primeira classe, tudo isso tem um custo adicional. Para cada período de três horas em uma das suítes privativa, os passageiros de primeira classe da Air France terão que desembolsar um adicional de 800 euros (cerca de R$ 4.900) —tanto quanto custa uma passagem de econômica entre Nova York para Paris na baixa temporada. É uma sala VIP dentro da sala VIP, feita especialmente para quem já está pagando mais de US$ 10 mil (mais de R$ 56 mil) por um bilhete de primeira classe transcontinental.

Terraço ao ar livre em uma das suítes La Premiere, da Air France, exclusiva para os passageiros da primeira classe da companhia no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris
Terraço ao ar livre em uma das suítes La Premiere, da Air France, exclusiva para os passageiros da primeira classe da companhia no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris - Divulgação

A nova experiência de embarque é "muito, muito exclusiva, como fazer check-in em um hotel de luxo", diz Ben Smith, CEO do Grupo Air France-KLM. Ele acrescentou que a empresa gastou "múltiplos milhões" para construir as suítes no aeroporto Charles de Gaulle.

"É um investimento bastante grande. É como construir um prédio de apartamentos muito, muito grande", diz o CEO de 52 anos à Bloomberg por telefone. A companhia aérea atualmente tem quatro assentos La Premiere (como é chamada a sua primeira classe) instalados em cada um dos 19 aviões Boeing 777-300 ER. Smith diz que o objetivo é expandir o serviço para 25 aviões nos próximos anos, significando "pelo menos" 50 voos por dia.

As espaçosas suítes privadas no Charles de Gaulle estão disponíveis apenas para passageiros de primeira classe da Air France a um custo extra de 800 euros por três horas de uso
As espaçosas suítes privadas no Charles de Gaulle estão disponíveis apenas para passageiros de primeira classe da Air France a um custo extra de 800 euros por três horas de uso - Divulgação

O anúncio das suítes privativas coincide com o início das Olimpíadas de Paris, em um momento de queda na receita das operações francesas da companhia. Há no mercado, também, uma tendência de diversificação dos assentos premium oferecidos nos voos. Em companhias como Lufthansa e Air New Zealand, já existem até cinco categorias distintas deles, com amenidades, características e preços variados. A companhia aérea alemã, por exemplo, oferece assentos de classe executiva com espaço extra para as pernas ou com camas extra longas. Na sua Primeira Classe Plus, os assentos estarão entre os mais largos dos céus.

Não são apenas as companhias aéreas que estão correndo para oferecer uma experiência cada vez mais luxuosa. As suítes da Air France se assemelham à famosa sala PS do Aeroporto de Los Angeles (antes chamada de Private Suite), que inclui um terminal privado para segurança e alfândega. Esse conceito se expandiu para Atlanta no ano passado, onde cada visita custa US$ 4.850 (R$ 27 mil). Locais em Dallas-Fort Worth e Miami estão em desenvolvimento.

Em São Paulo, o aeroporto de Guarulhos também ganhará um terminal internacional VIP no segundo semestre.

Até a American Express entrou na tendência, criando espaços exclusivos dentro de suas salas VIP Centurion, com acesso restrito aos clientes que possuem o cartão preto homônimo.

Smith, da Air France, diz que o mercado está maduro para esses produtos, mesmo com o declínio do boom de viagens de vingança pós-pandemia. Ele diz que La Premiere está atraindo cada vez mais CEOs e outros executivos seniores que estão evitando jatos privados por motivos ambientais ou de custo, mas ainda valorizam a privacidade. Alguns CEOs, diz ele, reservarão toda a cabine de quatro suítes. Em alguns casos, fazer isso pode custar menos da metade —ou em alguns casos 25%— do custo de voar em particular, explica Smith.

"Estamos perfeitamente felizes em deixar alguns assentos vazios, porque queremos mantê-lo exclusivo", diz Smith. "Nenhuma companhia aérea dos EUA foi capaz de manter a primeira classe. Todas tinham produtos de primeira classe e os retiraram. Se você não tratá-los como produtos de luxo, os clientes não pagarão."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.