Trabalhou por 15 anos como sommelière nos EUA, Europa e Brasil. Hoje é proprietária do Ciclo das Vinhas - Escola do Vinho.
A aventura dos novos sabores antigos
Com a recuperação em diversos países europeus de uvas nativas esquecidas, as chamadas uvas autóctones, a palavra de ordem para o futuro do vinho será regionalidade.
Durante as últimas décadas o movimento era justamente oposto: vimos uma padronização nos estilos de vinhos, gerada por uma quantidade limitada a moda.
Até aí, sem problemas. Com uma lista de nomes de uvas conhecidas na mão, as chamadas "uvas internacionais", cabernet, merlot, chardonnay e sauvignon blanc, por exemplo, muitos consumidores perderam o medo do vinho e converteram-se em tomadores de vinhos e não de outras bebidas.
Mas tudo tem limites, principalmente a mesmice. Outro dia perguntei a um aluno por que veio fazer um curso nosso. "Porque não aguento mais tomar cabernet sauvignon e chardonnay", me confessou.
Notando esse movimento nos consumidores e percebendo que estão mais maduros e preparados para uma nova aventura no universo de sabores de vinhos, produtores puderam se voltar a antigas uvas esquecidas.
A Espanha, antes focada nas uvas internacionais e na sua tempranillo quase se tornou entediante. Hoje, podemos degustar toda uma variedade de vinhos cheios de sabores locais. Bobal, monastrell e mencia são apenas alguns exemplos do que vem de variado por aí.
Portugal quase caiu no erro também de ter uma uva só que representasse todo o país: a Touriga Nacional. Mas a tentativa durou pouco e hoje podemos nos deliciar com dezenas de uvas locais, de diversas regiões.
A Itália é um país de centenas de uvas autóctones e vem mostrando um trabalho consistente de recuperação de estilos diversificados com suas antigas uvas.
Um consumidor mais maduro e um melhor entendimento do cultivo de uvas - que antes pareciam difíceis de produzir - permitirão, num futuro breve, que todo consumidor se aventure por sabores que nos levarão a uma verdadeira aventura na história, tradição e perfumes novos, ao mesmo tempo, tão antigos e carregados de regionalidade.
Dão Quinta dos Roques 2009 - uva Encruzado
Perfumado, frutado, com um toque mineral. Boca muito equilibrada.
QUANTO R$ 109,10
ONDE Decanter 0/XX/11 3702-2020
Terredavino Gavi DOCG 2010 - uva Cortese
Aromas delicados, lembra pêssego. Boca cheia, com ótima acidez.
QUANTO R$ 69,17
ONDE Vinho Sul 0/XX/11 3507-7389
Martin Codax Bierzo Cuatro Pasos 2008 - uva Mencía
Aromas de cravo e ameixa seca. Boca picante, bem seca e ácida.
QUANTO R$ 64,00
ONDE Peninsula 0/XX/11 3822-3986
Domaine d'Escausses Cuvée des Drilles Gaillac AOC 2011 - uvas Duras, Fer-Servadou e Gamay
Aromas de pimenta do reino e fruta negra. Boca tânica e firme.
QUANTO R$ 64,00
ONDE La Cave Jado 0/XX/11 2478-2001
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade