É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.
A hora do talento
Quem gosta do "lado humano" das corridas, de superação, de pilotagem no limite, de desafio psicológico, ganhou um presente de fim de ano na F-1. É só acompanhar, com atenção, o desempenho do sujeito do carro número 5.
Porque Alonso terá que lutar contra tudo e contra todos para conquistar o tricampeonato. Precisa de cinco apresentações exuberantes em cinco corridas ou... Vice.
Ok, o desfecho, se vai dar certo ou não, importa mais ao espanhol e a seus torcedores.
Mas sua busca pelo título mexerá com a categoria, promete ser a atração mais dramática deste Mundial tão marcado pelo equilíbrio.
Não, não há outra opção a Alonso que não seja usar 100% do seu talento no cockpit. Todo o resto está hoje no outro prato da balança.
Os melhores carros, claramente, são os de McLaren e Red Bull. Depende da pista. Ambas, que já estavam bem desde o começo, ainda voltaram das "férias de verão" melhores que a Ferrari.
Nas quatro provas desde então, foram duas poles positions de Hamilton, uma de Button, uma de Vettel. O melhor que Alonso conseguiu foi largar em quinto --por duas vezes, na Bélgica e em Cingapura.
Assim, mal aos sábados, tem restado ao espanhol tentar recuperar terreno nos domingos. O que é tarefa bastante complicada.
O meio do pelotão, com gente que não deveria estar na F-1, não vem sendo exatamente território dos mais pacíficos nesta temporada.
Depois de emplacar uma sequência de 23 GPs nos pontos, Alonso já amarga dois abandonos neste pós-férias. Na Bélgica, acertado por Grosjean. No Japão, no do- mingo passado, num toque com Raikkonen --aquele típico "incidente de corrida".
O resultado é que sua vantagem na tabela, que era de 40 pontos para Webber depois da Hungria e antes das tais férias, atualmente é de apenas quatro para Vettel.
"Tive alguns azares, mas felizmente essas coisas mudam muito rápido por aqui. Há altos e baixos, e espero que voltemos a andar bem agora", declarou o espanhol, ontem, em Yeongam.
Ele não pode mais errar.
Fosse outro na sua posição, provavelmente já estaríamos dando a fatura por encerrada, proclamando Vettel virtual campeão. Mas se há alguém na F-1 de hoje que pode, no braço, compensar um carro inferior, é Alonso.
Sorte nossa, de podermos assistir a isso.
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