Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/09/2012 - 22h01

Cabeleireiros protestam em Curitiba contra carteira assinada

Publicidade

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

No início da tarde, somente duas mulheres lixavam as unhas no salão de beleza Stylo Hair, em um bairro nobre de Curitiba: as recepcionistas.

Os outros cem profissionais da casa estavam nas ruas do centro, protestando ao lado de 2.000 cabeleireiros, manicures e depiladores contra as ações do Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir carteira assinada para a categoria.

"Nunca senti falta disso", afirmou o cabeleireiro Elcio Czeszynski, 40, que trabalha há 13 anos no Torriton, concorridíssimo salão em que todos os profissionais são contratados como pessoa jurídica --e que fechou as portas na tarde de ontem para engrossar o protesto.

Em Curitiba, esse tipo de contrato, em que o profissional divide parte do que cobra dos clientes com o salão, é a praxe. Por isso, o MPT resolveu investigar todos os 200 cabeleireiros da cidade.

"Se você tem que vir de manhã, de tarde, no sábado, tem que usar uniforme e o preço sou eu que fixo, você é meu empregado", diz o procurador Alberto Emiliano de Oliveira Neto, do MPT. "E quem é empregado tem que ter direito a férias, 13º, FGTS, descanso semanal."

Czeszynski e outros profissionais ouvidos pela reportagem discordam. Eles dizem ter autonomia para fazer oito ou doze horas por dia e decidir se trabalham aos sábados e feriados. "Nunca ninguém me impôs nada", disse ele.

O MPT já entrou com ação contra uma das redes investigadas, em que pede o reconhecimento do vínculo empregatício dos profissionais. Ainda não houve decisão.

"Eu tiro R$ 3.500 por mês. Se for com carteira, vou ganhar piso de shopping, de R$ 800 e pouco", disse a manicure Luana Machado David, 37. "Eu não trocaria. Hoje, com o salário que tenho, eu saio, vivo bem, tenho o celular que eu quiser."

Para o MPT, o salário não iria cair. "É só pagar comissão, como no comércio", disse Oliveira Neto.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página