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Empresário acusado de planejar morte do filho por prêmio da Mega-Sena é indiciado
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ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
O ex-diretor de banco e líder empresarial de Mato Grosso Francisco Serafim de Barros foi indiciado hoje por formação de quadrilha no inquérito que investiga a tentativa de homicídio contra o filho Fábio Cezar Barros Leão, 40.
Segundo a polícia, o motivo do crime pode ser um prêmio de R$ 28,2 milhões da Mega-Sena. O dinheiro, ganho com uma aposta de Fábio em 2006, havia sido depositado na conta bancária do pai.
Na versão do advogado de Leão, Ricardo Monteiro, pai e filho começaram a se desentender depois que Leão discordou dos investimentos feitos por Barros com o dinheiro. Ele chegou a entrar na Justiça para conseguir o bloqueio dos bens que haviam sido adquiridos pelo pai com o dinheiro da loteria.
Na quinta-feira (27), Barros foi preso depois que uma investigação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apontou que ele e o filho mais novo, Fabiano Leão de Barros, haviam feito contato com intermediários para contratar dois pistoleiros com o objetivo de matar Leão.
Os supostos pistoleiros -Ademar Oliveira da Silva e Maxwell Silva dos Santos- foram presos pela Polícia Rodoviária Federal há três meses numa fiscalização de rotina. Eles se dirigiam para Campo Grande (MS), onde mora a noiva de Leão.
Com eles, a polícia apreendeu também armas sem registro e fotografias de Leão e da noiva com os endereços anotados.
As investigações da polícia levaram aos intermediários José Gonçalves de Moraes e Florenço Rodrigues de Oliveira. Os dois, segundo o delegado Rodrigo Yassaka, deram "depoimentos contundentes" apontando Barros e Fabiano como os mandantes do crime.
O pai e o filho mais novo foram indiciados por formação de quadrilha, cuja pena vai de um a três anos de reclusão. Yassaka ressalta que a pena pode dobrar se a quadrilha for armada, como no caso em questão -Silva e Santos, os supostos pistoleiros, possuíam revólveres de calibre 38 e munição.
Na sexta-feira (28), já haviam sido indiciados, também por formação de quadrilha, os intermediários José Gonçalves de Moraes e Florenço Rodrigues de Oliveira, além de Silva e Santos.
Barros, Silva, Santos, Moraes e Oliveira foram soltos hoje e responderão em liberdade. Fabiano segue preso.
Outro lado
Tanto os supostos pistoleiros quanto Francisco Serafim de Barros e seu filho negam o crime.
Segundo o delegado Yassaka, o inquérito deve ser concluído ainda esta semana, para então ser encaminhado ao Ministério Público. Caberá ao órgão decidir se as informações coletadas na investigação são suficientes para oferecer a denúncia à Justiça. Só depois da denúncia é que os acusados virarão réus e serão julgados.
Na sexta-feira, a Folha tentou várias vezes contato com o advogado de Barros, João Batista Alves Barbosa, e deixou recados que não tiveram resposta. No último, sua secretária disse que ele não falaria.
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