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PM prende homem ferido suspeito de integrar grupo que invadiu hotel no Rio
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GABRIELA CANSECO
DO RIO
Policiais do 16° BPM prenderam um homem ferido suspeito de integrar o grupo que trocou tiros com a Polícia Militar em São Conrado e que invadiu o Hotel Intercontinental na zona sul do Rio na manhã deste sábado. De acordo com a PM, ele chegou numa ambulância no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, subúrbio da cidade, onde recebeu atendimento.
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O veículo foi apreendido e o suspeito, que também seria da Rocinha e teria se ferido durante o confronto, foi encaminhado para a 15ª DP, na Gávea. Outros dez presos estão sendo ouvidos pela Polícia Civil. Nove já tinham outras passagens por diversos crimes. Prestaram depoimentos também, hóspedes e funcionários que ficaram reféns dos criminosos na manhã de hoje.
Após cerco policial e negociações, Ítalo de Jesus Campos, Victor Gomes Eloi, Davi Gomes de Oliveira, Washington de Jesus Andrade Paz, Vinicius Gomes da Silva, Alan Francisco da Silva, Rogério Avelino da Silva, Dércio Matias da Silva, Jacson Nascimento da Silva, e um adolescente de 16 anos se entregaram por volta das 11h. Dois deles, Ítalo e Rogério, têm mandados de prisão por tráfico.
Ítalo, conhecido como "Perna", seria o segundo homem na hierarquia do tráfico na Rocinha, abaixo apenas de Nem, o chefe da venda de drogas na favela.
Com eles foram apreendidos oito fuzis, cinco pistolas e três granadas. A polícia apreendeu ainda três veículos de passeios, que estão passando por perícia e podem ter sido roubados.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, os traficantes que trocaram tiros com a Polícia Militar estavam voltando de um baile funk e atuam na favela da Rocinha.
TIROS E INVASÃO
A ação criminosa que assustou o Rio nesta manhã começou antes da invasão do hotel, quando traficantes e os policiais do 23º Batalhão da PM, do Leblon, trocaram tiros por volta das 8h30, após a PM encontrar o grupo, armado, passando pelas ruas do bairro. O tiroteio, que durou cerca de 40 minutos, foi intenso, de acordo com os moradores.
A troca de tiros começou em frente a uma concessionária de automóveis, próxima à Rocinha. Os criminosos se dispersaram. Alguns fugiram em direção à favela, outros invadiram os jardins de condomínios na avenida Aquarela do Brasil e seguiram em direção ao Hotel Intercontinental. Diversos carros também foram atingidos.
Os ladrões estavam em dez vans e dez motos. Estima-se que o grupo era formado por cerca de 30 pessoas. Parte invadiu a recepção do hotel e seguiu em direção à cozinha. Lá fizeram 35 pessoas reféns, sendo cinco hóspedes.
O professor de Educação Física Felipe Lopes Pereira, que passava pelo local no momento da ação, contou que foi rendido por seis homens armados em uma van. O grupo entrou em seu carro e o obrigou a levá-lo ao Intercontinental. Ao chegar lá, ele foi obrigado a derrubar a guarita que protege a entrada do hotel.
Cerca de 800 pessoas estavam hospedadas no hotel, metade estrangeiros. Muitos são atletas que disputam hoje cedo uma Meia Maratona. Havia ainda um grupo de dentistas que participava de um congresso no centro de convenções do hotel.
Segundo José Oliveira e Silva, morador de um condomínio nas proximidades do hotel, o tiroteio foi muito intenso. "Parecia que eu estava no Iraque", disse. Outro morador, Ricardo Valladares, disse que viu bandidos encapuzados e armados de fuzis, atravessando os jardins do condomínio onde mora. "Estamos todos apavorados. Não sabemos se há bandidos aqui dentro. Ninguém sai de casa. Estamos trancados", contou.
Após a invasão, outros moradores relataram que viram criminosos transitando pelo bairro, andando na contramão das vias e atirando indiscriminadamente, armados com fuzis e outras armas pesadas. Na rua Aquarela do Brasil e na avenida Prefeito Mendes de Moraes, nas imediações, há vários carros com marcas de tiros. Um ônibus também foi atingido, mas nenhum passageiro se feriu.
Uma mulher, identificada como Adriana Duarte de Oliveira dos Santos, 41, morreu atingida por tiros. Ela faria parte do bando e, de acordo com a PM, teria um mandado de prisão expedido em seu nome por tráfico de drogas. Medeiros estava próxima a um táxi e tentando entrar no carro para fugir do tiroteio, quando foi atingida, relatou a polícia. Quatro policiais militares --dois sargentos e dois cabos-- se feriram, mas sem gravidade.
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