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17/09/2010 - 14h54

Registro de rastreador não é compatível com o depoimento de Mizael, diz perito

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DE SÃO PAULO

Foi concluído nesta sexta-feira o laudo pericial feito no rastredor do carro do advogado e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, acusado de envolvimento no assassinato de sua ex-namorada Mércia Nakashima. Também nesta sexta-feira, deve acontecer a reconstituição da morte da jovem em uma represa de Nazaré Paulista (64 km de São Paulo).

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Divulgação
Mércia Nakashima, que foi encontrada morta em junho, na represa de Nazaré Paulista
Mércia Nakashima, que foi encontrada morta em junho, na represa de Nazaré Paulista, interior de São Paulo

Segundo o perito do Renato Pattoli, da Polícia Técnico-Científica, o laudo foi entregue hoje ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e deve ser encaminhado para o Ministério Público de Guarulhos (Grande São Paulo), em seguida. Pattoli não deu detalhes sobre os resultados, mas afirmou que os horários registrados pelo rastreador não são compatíveis com o depoimento de Mizael, no que diz respeito ao encontro com uma prostituta.

Mizael afirma ter se encontrado com uma prostituta às 18h30 e ter ficado com ela dentro de seu carro no estacionamento do Hospital Geral de Guarulhos por cerca de três horas. Antes mesmo da conclusão do laudo pericial, o delegado Antônio de Olim, que acompanhou o caso até o início de setembro, já havia afirmado que o rastreador do carro de Mizael não era compatível com essa afirmação e que ele estaria em movimento no horário indicado.

A perícia feita no rastreador analisou o horário e o trajeto feitos por Mizael na noite em que Mércia desapareceu, em 23 de maio. A polícia diz acreditar que ela foi morta no mesmo dia, apesar de seu carro ter sido encontrado apenas no dia 10 de junho após indicação de uma testemunha. O corpo da advogada foi encontrado no dia seguinte.

Desde o início das investigações, Mizael nega envolvimento no crime.

RECONSTITUIÇÃO

A reconstituição do assassinato de Mércia está marcado para acontecer ainda nesta sexta-feira, na represa onde o carro e o corpo da jovem foram encontrados. Segundo Pattoli, a escolha pelo dia e horário --no início da noite-- ocorreram de acordo com o dia em que a advogada foi morta. "A gente precisa ter as mesmas condições do dia do crime. Por isso, a reconstituição pode ser adiada se chover ou se a nebulosidade aumentar", afirmou o perito.

Uma espécie de reconstituição já foi feita no dia 11 de agosto, quando peritos refizeram o dia de Mizael, de acordo com os dados do rastreador de seu celular e das antenas de celular. Na ocasião, o delegado Olim afirmou que a vistoria serviu para reforçar as contradições no depoimento do suspeito. Na época, ele também destacou a contradição em relação a alegação de Mizael de que teria saído com uma prostituta.

LAUDO

Já o laudo pericial sobre a morte da advogada foi entregue à Polícia Civil de São Paulo e ao Ministério Público no fim de agosto. A principal evidência apresentada no documento é uma alga encontrada em um sapato de Mizael, que seria compatível com alga presente na represa de Nazaré Paulista.

De acordo com Pattoli, essa evidência dá certeza de que aquele sapato foi usado por alguém que colocou o pé na água da represa, mas não é possível confirmar se foi usado por Mizael.

Além da alga, foram encontrados na sola do sapato resíduos de chumbo compatíveis com a bala que feriu Mércia, uma mancha de sangue e um pedaço de osso. Apesar disso, a perícia não conseguiu fazer um exame de DNA para determinar se o sangue era humano ou se o osso era da advogada.

Ainda de acordo com o laudo, Mércia foi atingida por disparos dentro do veículo e o carro foi empurrado para dentro da represa, onde a advogada morreu afogada. O autor do crime estaria no banco do passageiro, e a advogada no banco do motorista, que estava ajustado de forma compatível a sua altura. Com a conclusão do laudo pericial, está concluída a análise do carro de Mércia.

 

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