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17/09/2010 - 18h28

Advogado diz que Bruno tomou antidepressivos; goleiro e Macarrão se calam

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FÁBIO GRELLET
DO RIO
DA LANCEPRESS

Atualizado em 18/09/2010 às 10h04.

O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Ércio Quaresma, afirmou que o atleta usou remédios antidepressivos para tentar o suicídio na prisão. A afirmação foi feita após audiência na 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá (RJ), onde o goleiro e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, seriam ouvidos sobre a acusação de lesão corporal e sequestro de Eliza Samudio, ex-amante do jogador. Ambos, no entanto, ficaram calados.

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Reprodução/Divulgação
Goleiro foi preso sob suspeita de participação no sumiço de Eliza, que desapareceu no começo de junho
Goleiro Bruno foi preso sob suspeita de participação no sumiço de Eliza, que desapareceu no começo de junho

A audiência terminou pouco antes das 17h. Ao final, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, Macarrão deu uma única declaração e disse que o goleiro Bruno tentou se matar várias vezes por não aguentar ficar preso.

Segundo o advogado, além de ingerir antidepressivos, Bruno teria produzindo uma corda com os lençóis de sua cama na prisão para tentar se enforcar. "Eu falei para o Bruno que se ele se matar e for culpado, vai para o inferno. Se for inocente, vai para o céu. Mas a responsabilidade dele é muito maior porque tem outras pessoas sendo acusadas que dependem da participação dele no processo e que podem ser prejudicadas se ele se matar', afirmou Quaresma.

Bruno e Macarrão estão presos no presídio Bangu 2, no complexo de Gericinó (zona oeste do Rio). Os dois são acusados de lesão corporal e sequestro de Eliza em outubro do ano passado. Na época, ela estava grávida e acusou os dois amigos de a terem levado para um apartamento do jogador e a obrigada e ingerir remédios abortivos. Ela afirmava que o goleiro era o pai do bebê.

No fórum, antes da audiência, Bruno desmaiou ao sofrer uma queda de pressão, foi socorrido por uma ambulância e passa bem, segundo o TJ. "O Bruno não tem se alimentado por conta da instabilidade emocional e também porque a comida da prisão não é grande coisa. Ele não consegue comer", disse o advogado.

A mãe de Eliza Samudio, Sônia Fátima Moura, que assistia à audiência, teve uma crise de choro e deixou a sala ao ficar cara a cara com o goleiro. Minutos depois, mais calma, voltou.

Ao fim da audiência, o juiz determinou o retorno de Bruno e Macarrão a Minas Gerais, onde respondem pela morte de Eliza.

TESTEMUNHAS

O goleiro reserva do Flamengo, Paulo Victor, --uma das sete testemunhas de defesa que foram ouvidas hoje-- relatou ao juiz Marco José Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, que houve orgia em uma festa organizada em sua casa, mas afirmou que não participou. Capitão do Flamengo no Brasileiro do ano passado, o zagueiro Álvaro --também testemunha-- afirmou que Eliza já era conhecida entre os jogadores de clubes do Brasil, e até mesmo da Espanha.

A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, e Zico afirmaram que dentro de campo o comportamento de Bruno era adequado e que não tinham elementos para avaliar a conduta do atleta fora dos gramados.

Também foram ouvidos os jogadores Leonardo da Silva Moura, Rodrigo Alvim, Álvaro Luiz Maior de Aquino - que jogaram com Bruno no Flamengo - e Christian Chagas Tarouco, o Tite, do Vasco.

CASO

Por negar a paternidade, segundo a Promotoria de Justiça, Bruno e Macarrão sequestraram e agrediram Eliza. O caso, porém, só foi denunciado após o desaparecimento de ex-namorada do goleiro em junho. Os dois estão presos desde o dia 7 de julho no Complexo Penitenciário de Contagem (MG).

Além do processo no Rio, Bruno e Macarrão foram denunciados pelo suposto assassinato de Eliza em junho passado. Essa ação penal, porém, tramita em Minas Gerais. Macarrão e Bruno negam as acusações. Os dois estavam presos em Minas Gerais desde julho e, após a primeira audiência do caso no Rio, em agosto, eles foram transferidos para o presídio Bangu 2, no Rio.

Ao marcar a data para depoimento de testemunhas, o juiz decidiu que não é 'razoável' mandar intimar Eliza para depor como testemunha de defesa do goleiro, como queria Quaresma.

Os advogados de Bruno tinham colocado Eliza, desaparecida desde junho, no topo da lista de testemunhas de defesa que incluem ainda a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, o diretor de Futebol, Zico, o ex-técnico Andrade e os jogadores Adriano e Vagner Love.

Tentar intimar Eliza, segundo o juiz, é apenas uma medida para atrasar o processo. "A intimação representaria violenta afronta ao princípio de razoabilidade', disse ao juiz. 'Faculta-se à defesa trazê-la à audiência, caso realmente pretenda ouvi-la", diz o juiz.

 

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