Publicidade
Publicidade
Governos têm responsabilidade nas rebeliões no MA e no AM, diz advogada de ONG
Publicidade
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
Atuante na área de direitos humanos há cinco anos, a advogada Tamara Melo, da ONG Justiça Global, diz que os governos do Maranhão e do Amazonas não podem tentar jogar a culpa pelas recentes rebeliões em presídios do Estado nos presos e em brigas entre facções rivais.
Acompanhe a Folha no Twitter
Conheça a página da Folha no Facebook
Comissão da Câmara tenta entrar nos presídios do MA
Para ela, os governos têm responsabilidade pela vida dos presidiários e precisam também investigar eventuais falhas de segurança e estrutura que possam ter ocasionado os motins.
*
Folha - O que há de comum entre as rebeliões no Maranhão e no Amazonas?
Tamara Melo - A forma como o Estado responde a essa situação é sempre muito parecida. A nossa preocupação é que o que aconteceu agora em Pedrinhas e em Manaus não seja tratado como uma briga entre presos. Essas mortes são responsabilidade do Estado. Estavam sob custódia do Estado, que tem o dever de garantir a vida e a integridade dessas pessoas.
As rebeliões podem ser consideradas pontuais?
O que aconteceu no Maranhão e no Amazonas não é um caso isolado. São casos que se inserem num contexto de extrema violência do sistema prisional. Essa realidade de mortes e de tortura vem acontecendo de forma ampla e sistemática, e a prática do Estado brasileiro é uma política de esquecimento.
Tentar levar para o esquecimento e não investigar, principalmente com relação ao envolvimento de agentes públicos.
O que deve ser feito para combater o problema?
É uma questão de prioridades. Fica muito claro que não existe uma política pública efetiva voltada para a questão da violência nas prisões. De todos os casos que vêm à tona na imprensa, de todas as denúncias, o Estado sempre responde com dinheiro para vagas, como se o problema fosse a falta de vagas. Nada é feito em relação a tortura, a mortes.
[Nas duas rebeliões] O Estado tinha o dever de garantir a segurança dos presos e evitar que esse tipo de coisa acontecesse. Se uma arma chegou lá, é evidente que houve uma falha. É justamente para isso que é preciso fazer uma investigação, para evitar que isso aconteça novamente.
+ Notícias sobre rebeliões
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice