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Corregedor apura suposta espionagem contra secretário de SP
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DE SÃO PAULO
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de São Paulo abriu ontem (11) um inquérito policial para apurar o vazamento de imagens do circuito interno do shopping Pátio Higienópolis que mostram o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.
Shopping diz que deu vídeo de secretário a "policiais"
SP não solicitou a shopping vídeo de secretário, diz Alckmin
Site divulga vídeo do secretário Ferreira Pinto em shopping
Polícia investiga se sociólogo violou dados sigilosos
Consultoria usava funcionários da Secretaria de Segurança
O responsável pela investigação será o próprio chefe da Corregedoria, o delegado Délio Marcos Montresor.
Reprodução |
Imagens do encontro do secretário da Segurança com o repórter da Folha no shopping Pátio Higienópolis, em SP |
A investigação foi determinada pelo chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, por haver indícios de que policiais solicitaram as imagens com a intenção de prejudicar o secretário Ferreira Pinto.
No vídeo, o secretário aparece com o repórter da Folha Mario Cesar Carvalho.
As imagens foram divulgadas em sites e blogs --um deles ligado a policiais civis--, que relacionaram o encontro à reportagem do jornalista sobre a venda de dados sigilosos por um funcionário da Segurança, o sociólogo Túlio Kahn, que foi demitido.
Desde o início da sua gestão, ainda na administração José Serra (PSDB), Ferreira Pinto investigou irregularidades envolvendo mais de 800 delegados (de um total de 3.300) --o que provocou uma crise na polícia paulista.
Em nota, a própria Secretaria da Segurança disse que há fortes indícios de que grupos criminosos estavam espionando "o primeiro escalão do Estado".
Ontem, Ferreira Pinto teve nova reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) --é o segundo dia consecutivo que eles se encontram para discutir a crise instaurada após a divulgação das cenas.
Por meio do secretário-adjunto da Segurança Pública, Arnaldo H. Salles Lima Júnior, a direção do Pátio Higienópolis enviou pedido de "desculpas" a Ferreira Pinto. Pediu ainda para que ele considerasse que o shopping, que diz ter entregue o vídeo a policiais, foi "induzido a erro" ao entregar as imagens.
SHOPPING NÃO FALA
Desde o vazamento do vídeo na internet, na quarta-feira, a Folha questiona o shopping sobre quem teria solicitado as imagens.
Num primeiro momento, a Corregedoria irá investigar a conduta do Pátio Higienópolis e, na sequência, irá tentar descobrir quem pegou a gravação e a divulgou.
A Corregedoria-Geral da Administração, ligada ao Palácio dos Bandeirantes, enviou ofício ontem ao shopping pedindo a data e o nome de quem solicitou o vídeo.
Na quarta, o Pátio Higienópolis informou que as imagens foram repassadas a "órgãos oficiais". O shopping alega ter fornecido a gravação para uma investigação, mas não informa qual.
Anteontem, após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmar que ninguém do Estado fez pedido algum para obter as imagens, o shopping mudou a versão e passou a afirmar ter entregue a gravação a "policiais".
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