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22/06/2011 - 13h34

Senado aprova anistia a bombeiros que invadiram quartel no Rio

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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O Senado aprovou nesta quarta-feira anistia aos 429 bombeiros do Rio de Janeiro denunciados por motim e danos materiais após invasão do quartel central da corporação, no início de junho. Como a decisão foi aprovada em caráter terminativo pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), segue para análise da Câmara --se não houver apresentação de recurso para o projeto ser votado no plenário do Senado.

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Pelo texto, fica prevista a anistia aos crimes previstos pelo Código Penal Militar e infrações disciplinares aplicadas aos bombeiros --o que na prática impede que os militares que participaram do motim recebam punições legais.

Relator do projeto, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) defendeu a anistia ao afirmar que os bombeiros vivem um "estado de penúria financeira e funcional". "A anistia surge da vontade popular, exteriorizada por inequívocas manifestações de apoio aos bombeiros militares presos. A imposição da dura pena, concebida aos auspícios do Ato Institucional nº. 5, importaria em estender seus efeitos à própria população, que se verá tolhida da providencial assistência desses servidores", disse Crivella.

Autor da proposta de anistia, o senador Lindberg Farias (PT-RJ) afirmou que a decisão não representa a "tomada de um lado" em favor dos bombeiros. "O governador Sérgio Cabral já deu declarações favoráveis à anistia, só que disse que não pode conceder. É atribuição nossa aqui. O governador já abriu negociação com os bombeiros. Na sanção da presidente Dilma, vamos construir grande acordo para harmonizar as relações no Rio", disse o petista.

O perdão criminal e administrativo é a principal reivindicação do grupo, que foi libertado após habeas corpus da Justiça. Os militares realizaram o movimento na defesa de aumento salarial. O piso bruto da categoria é de R$ 1.031.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), propôs à Assembleia Legislativa do Estado que 30% do valor do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros, arrecadado com a taxa de incêndio, seja usado no pagamento de gratificações. O fundo, que arrecadou R$ 110 milhões em 2010, hoje é destinado à manutenção e aquisição de equipamentos, assistência médica e social e treinamento de pessoal.

Já foi anunciada a antecipação de um reajuste de 5,8%, que antes seria escalonado entre julho e dezembro. Somado aos reajustes de janeiro a junho, representará um aumento de 11,5% neste ano. O piso final, de R$ 1.265, ainda ficará aquém dos R$ 2.000 reivindicados pela categoria.

Luiza Souto/Folhapress
Bombeiros durante protesto na frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Rio na semana passada
Bombeiros durante protesto na frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Rio na semana passada

INVASÃO

No dia 3 de junho, cerca de 2.000 bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando Geral dos Bombeiros, na praça da República.

O Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu o local e prendeu mais de 400 bombeiros. Eles respondem pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro).

 

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