Ato contra terceirização acaba em confronto em João Pessoa

A Câmara Municipal de João Pessoa foi palco, nesta quarta-feira (14), de um confronto entre manifestantes e seguranças da instituição. Três estudantes que participavam de um protesto contra um projeto de lei que tramita na Casa ficaram feridos sem gravidade.

É o terceiro dia de manifestações contra um projeto de lei que propõe a terceirização de serviços municipais de áreas como saúde e educação para organizações sociais sem fins lucrativos. Segundo os manifestantes, o confronto ocorreu porque vereadores não permitiram que a sociedade civil participasse do debate sobre o projeto de lei.

"Esse modelo não deu certo. É função da prefeitura bancar esses serviços. Os defensores dessa proposta dizem que o investimento público iria diminuir, mas os gastos só aumentam", afirmou a estudante Aline Kely, do Fórum Paraibano em Defesa do SUS (Sistema Único de Saúde) e Contra as Privatizações, que participou dos protestos.

O fórum é composto principalmente por estudantes, professores e profissionais do setor de saúde. Cerca de cem pessoas participaram do protesto nesta quarta-feira. Em razão do confronto, a discussão do projeto foi suspensa temporariamente.

Em nota oficial publicada hoje no site da Casa, o presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, vereador Durval Ferreira (PP), classificou o protesto como um "ato de vandalismo".

Segundo ele, a Câmara Municipal "é um espaço democrático de direito, que está aberto a qualquer pessoa que venha a contribuir para que as proposituras aqui apresentadas atendam às necessidades da população de João Pessoa", mas que não pode admitir "qualquer agressão física ou verbal contra servidor, vereador, visitante ou cidadão que esteja no recinto deste Poder Legislativo".

Ainda de acordo com o vereador, não se pode "admitir que reivindicações populares legítimas culminem em danos ao patrimônio público e situação de insegurança aos servidores, vereadores e cidadãos. Os fatos serão cuidadosamente apurados para que as providências cabíveis sejam tomadas".