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Ribeirão Preto
Indústria calçadista de Franca (SP) vê demissões ante invasão asiática
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ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
A indústria calçadista de Franca (400 km de São Paulo), um dos maiores polos do setor no país, já começa a prever demissões como reflexo da decisão do governo federal de não restringir importações de calçados da Indonésia, Vietnã e Malásia e de componentes chineses.
- Para especialista, protecionismo só traz benefício a curto prazo
- Setor calçadista denuncia dumping desde outubro de 2008
Desde 2008, os fabricantes brasileiros brigam por medidas contra suposto dumping (venda de produto a preço menor que o cobrado em seu mercado de origem) praticado pelos países asiáticos.
Uma resolução da Camex (Câmara de Comércio Exterior), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, porém, pôs fim em julhos às investigações das denúncias apresentadas pelo setor.
A Camex até criou uma taxa antidumping de 182% sobre o valor de partes de calçados --cabedais e solados-- provenientes da China, mas isentou da tarifa um grupo de 95 empresas que representam quase a totalidade das importadoras, segundo a Abicalçados (Associação Brasileira da Indústrias de Calçados).
Edson Silva/Folhapress | ||
Funcionários trabalham na linha de produção da fábrica de calçados Anatomic Gel, em Franca |
Para o presidente do Sindifranca (sindicato patronal dos calçadistas de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, a resolução da Camex mantém a indústria nacional vulnerável a uma invasão dos produtos asiáticos, o que vai gerar queda de produção e desempregos na região.
Brigagão não estima quantos empregos podem ser cortados. Levantamento da Abicalçados indica que de 2008 a 2011 entraram no Brasil cerca de 16,5 milhões de pares de couro vindos da Ásia.
Esse montante representa uma média mensal de 344 mil pares, o equivalente a 62,5 mil postos de trabalho por mês, de acordo com a indústria.
"Isso coloca em risco o setor calçadista e penaliza a indústria nacional. Só que os asiáticos não estão errados. Errado está o Brasil, que não desonera sua produção e fica em desvantagem competitiva", disse Brigagão.
RECURSO
Após a publicação da resolução da Camex, no mês passado, a Abicalçados, que entrou com os pedidos de investigação, recorreu --um recurso administrativo foi protocolado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A tentativa da Abicalçados é ao menos eliminar a lista de 95 empresas isentas da tarifa antidumping, para que todas as importadoras de componentes da China paguem a sobretaxa. Isso manteria o produto chinês menos atrativo.
Não há prazo para a Camex se posicionar. Em nota, o ministério afirmou apenas que um dos critérios para isenção do antidumping foi que a maioria das empresas não importava cabedais e solados --ou importava só um dos itens.
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