Metade das árvores do centro de Ribeirão Preto (SP) tem problemas

Quase a metade (46,3%) das árvores plantadas no centro de Ribeirão Preto (313 km de SP) não está em boas condições, está doente ou pior: já morreu.

Por serem espécies muitas vezes incompatíveis com as ruas estreitas do centro, muitas árvores estão sufocadas em calçadas apertadas e seus galhos tentam contornar marquises e a fiação.

O censo arbóreo do centro foi apresentado nesta quinta-feira (15) pela Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão Preto na Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão).

O trabalho durou quatro meses. Especialistas avaliaram não só a altura e o diâmetro das árvores, mas o estado de saúde delas.

	Edson Silva/Folhapress
	Funcionarios da Leao Ambiental fazem o corte de uma árvore condenada na avenida Francisco Junqueira

Das 1.678 árvores catalogadas, 31% estavam em estado regular (522) e outros 15% em péssimas condições (247), com podas drásticas. Outras oito árvores estão mortas.

As ruas José Bonifácio e Saldanha Marinho são as menos arborizadas no centro. Já as mais "verdes" são a Bernardino de Campos, Campos Sales e Prudente de Moraes.

O censo apontou ainda que o número de árvores no centro está muito abaixo do necessário para o que exige a atual legislação.

Hoje, para um loteamento ser aprovado, cada lote precisa ter uma árvore plantada na frente. Por essa lógica, seria preciso uma média de cem árvores a cada quilômetro.

O centro está longe do ideal: tem média de apenas 29 árvores por quilômetro.

Segundo a secretária do Meio Ambiente, Mariel Silvestre, já era esperada a grande quantidade de árvores doentes ou em péssimo estado.

"É pela própria ação dos anos, ou pela poda errada do morador. Há quem cimenta toda a base e até quem faz anéis no tronco para matar a árvore aos poucos", disse.

A ideia agora é "replantar" o centro. Funcionários da prefeitura vão procurar comerciantes e moradores para sugerir quais espécies mais se encaixam com o perfil em cada rua. As mudas serão doadas pelo município.