Conselho tomba o acervo do Arquivo Público de Ribeirão Preto (SP)

O Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto) tombou, de forma definitiva, o acervo documental do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), criado há 21 anos.

Arthur Barros, historiador e coordenador do acervo, afirmou que o tombamento se configura uma "proteção à memória da cidade".

O local foi criado com a finalidade de sistematizar a ação do poder público municipal sobre a documentação produzida.

O Arquivo Público recebe cerca de 300 pessoas por mês. "Recebemos pesquisadores do Brasil todo. Em nossos documentos temos relatos de parte da história da ditadura, da política paulista e do desenvolvimento econômico da região", disse Barros.

Até a sua criação, a documentação pública estava depositada inadequadamente nos porões dos museus municipais, do Palácio Rio Branco ou dispersa nos vários setores da administração, sem organização e em precárias condições de conservação.

Além do tombamento do acervo, a coordenadoria também pede um novo prédio para abrigar os documentos, já que o imóvel atual, de 600 metros quadrados, já está em seu limite.

"Só estamos recebendo pequenos acervos. Os arquivos das secretarias, por exemplo, não podemos trazer para cá", afirmou Barros.

O coordenador disse ainda que, com o tombamento e uma política de incentivo à "educação patrimonial", será maior a preocupação com a conservação dos arquivos.

"É preciso mostrar para a população que a história dela está aqui. Muitas pessoas consultaram nossos documentos e descobriram, por exemplo, que seus ancestrais ajudaram a construir a igreja do bairro", disse.