'Sou uma perseguidora assumida', diz produtora cultural
"Aos 14, tive uma paixonite por um menino que vi na rua. Na época, não tinha internet em casa nem celular no bolso. Comecei a seguir o menino de maneira analógica: ligava para a casa dele, inventava desculpas loucas para a empregada.
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Um amigo meu era colega do irmão dele. Usei meu amigo para me aproximar do irmão e, finalmente, dele. Quando a gente se conheceu, eu sabia até o horário do inglês dele. Não deu em nada, no fim das contas. Hoje somos muito amigos.
Com a internet, o hábito de pesquisar a vida dos outros só se acentuou. Hoje eu vasculho a vida de bastante gente, sou stalker assumida. Amigas até pedem consultoria. Dizem: 'Estou saindo com Fulano, me diz se tem algo que eu deveria saber sobre ele'. Acho graça.
Minha chefe sabe da minha vocação e até chegou a pedir para eu investigasse candidatos a estágio.
Quando simpatizo muito com alguém, sempre olho se temos amigos em comum. Se tivermos, eu peço para ser apresentada.
Se vejo alguém legal numa festa, reparo se conheço alguma das companhias da pessoa, daí encontro no Facebook. Recife é um ovo, então essas coisas não são tão complicadas.
Nunca fiz nada ilegal: invadir computador dos outros, roubar senha, fazer perfil 'fake'. Quando fico amiga das pessoas, conto para elas: 'Olha, eu acompanhava sua vida quando a gente não se conhecia'. Elas dão risada."
Milena Andrade, 26, produtora cultural
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