As operadoras de telefonia móvel não conseguiram passar pelo primeiro teste de qualidade do sinal, no domingo, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no duelo entre Santos e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro. O jogo marcou a despedida do atacante Neymar da equipe santista.

Apesar de a arena ter sido inaugurada há pouco mais de uma semana, com a final do campeonato candango, as teles ainda não concluíram a instalação das antenas que fazem o reforço do sinal para uso dos torcedores.

O evento de domingo teve público de 63.510 pessoas. Com a sobrecarga na rede, durante a partida, diversos usuários relataram não conseguir completar as ligações ou acessar a internet em diferentes pontos do estádio.

Conforme antecipado pela Folha, um impasse entre operadoras e administradores dos estádios, desde fevereiro, colocava em risco a qualidade do serviço que seria prestado durante os jogos.

Neymar se despede do Santos ante o Flamengo

Segundo o Sinditelebrasil, o prazo era curto para que todas as instalações necessárias para o funcionamento da infraestrutura de suporte fossem realizadas. O problema foi tão grande que o governo precisou intermediar uma solução.

De acordo com Carlos Duprat, diretor do SindiTelebrasil -sindicato que representa as teles - o problema de Brasília, hoje, é o mesmo dos demais cinco estádios que receberão a Copa das Confederações a partir de junho: prazo apertado para instalação dos equipamentos.

"Desde o início vínhamos defendendo que precisávamos de 120 dias para fazer a instalação, mas as obras dos estádios atrasaram e a negociação [entre teles e estádios, para aluguel de espaço e instalação de equipamentos] também demorou", disse.

No caso de Brasília, os trabalhos das teles para o reforço do sinal começou há 60 dias, ou seja, metade do tempo estipulado para concluir o trabalho.

"Nós concluímos uma parte significativa, mas ainda falta toda a parte de ajustes, porque tudo atrasou. Os problemas de qualidade [identificados] são razoáveis, mas espera-se que já já eles sejam sanados", afirmou Duprat.

Diante das dificuldades, nenhum dos estádios que receberão os jogos no próximo mês contam com a instalação completa dos equipamentos.

"Tivemos situações, como na Fonte Nova [arena de Salvador], em que a energia ficou sem funcionar no estádio por dias, então não podíamos ligar os equipamentos. Em outros casos, as antenas tinham de ser presas ao teto, que não estava pronto", disse.

Mesmo diante das dificuldades, o sindicato defende que as teles estão dentro do prazo e que será possível concluir as instalações antes da abertura da Copa das Confederações que ocorrerá em Brasília, com partida entre Brasil e Japão, no dia 15.