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Vizinho da Fonte Nova, porteiro só sente o ônus da Copa das Confederações

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José Jorge Costa, 33, diz ser um símbolo dos protestos que tomam as ruas contra os gastos do governo com a Copa.

Porteiro, ele tem renda de um salário mínimo, mora numa casa sem alvenaria, com duas lajes, em frente à Fonte Nova -estádio que custou quase R$ 700 milhões para ser reconstruído numa região pobre de Salvador.

"Me sinto desprezado. A gente aqui, tão perto, e não tem acesso à facilidade nenhuma mesmo com esses jogos aí", afirmou horas antes do jogo em que o Brasil venceu a Itália por 4 a 2, no sábado.

Sua casa fica no alto do morro da chamada Vila Edinho, parte mais pobre do bairro do Engenho Velho de Brotas.

A mesma via que dá acesso é a que separa o local da arena: a avenida Vasco da Gama está interditada por causa do torneio e, por isso, é preciso andar 2,5 km para pegar um ônibus.

"Minha mãe tem 82 anos. Se precisar sair de carro para alguma emergência, não pode", disse Costa. Perto dali, passaria o metrô da capital baiana, em obras desde 1999 e até hoje sem funcionar.

Adriano Vizoni - 22.jun.2013/Folhapress
Jose Jorge Queiroz Costa, 33, posa com sua sobrinha Aiala
Jose Jorge Queiroz Costa, 33, posa com sua sobrinha Aiala

O metrô chegou a ser incluído na lista do chamado legado da Copa das Confederações. Agora, é prometido para a época do Mundial-2014. Mas o mais provável que a inauguração só aconteça depois.

"A gente não ganhou nada, não fizeram nenhuma benfeitoria na vizinhança. Pô, achei que ao menos sorteariam um ingresso para o pessoal da comunidade. Nada! Zero, cara", disse Costa.

Para completar, o trecho que permitiria aos vizinhos do estádio enxergar parte do gramado e das arquibancadas, graças ao formato de "ferradura" da Fonte Nova, acabou sendo tapado pela colocação de 5.000 cadeiras temporárias ao preço de R$ 11,4 milhões. Elas ocupam o espaço de ventilação da arena, atrás de um dos gols.

"A única coisa que mudou com a Copa foi que, no dia da implosão do antigo estádio, [há três anos], todos fomos expulsos de casa por seis horas, devido ao risco dos explosivos", afirmou.

Na casa de Costa, moram dez pessoas de sua família, divididos em cinco cômodos. Há serviços essenciais como água, luz e coleta de lixo, além de "uma escolinha e um posto de saúde não muito longe", porém a área convive com a violência e o tráfico de drogas.

Horas depois daquele encontro, manifestantes entrariam em confronto com a polícia, na mesma região, com uma pauta de reivindicações sociais semelhantes.

Na véspera, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), declarara que a cidade não estava preparada para receber a competição.

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