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Ex-Bayern, técnico da Suíça afirma que a retranca é uma necessidade

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Vencedor da Copa dos Campeões da Europa com o Bayern de Munique em 2001 e treinador da Suíça desde 2008, o alemão Ottmar Hitzfeld, 64, não tem vergonha nenhuma de comandar um time famoso pela retranca.

Afinal, a estratégia é anterior a ele e tem dado certo. Em 2006, a equipe foi eliminada da Copa sem ser vazada. No último Mundial, caiu na primeira fase, mas antes derrotou a Espanha. Agora, tem a melhor defesa das eliminatórias (um gol em seis jogos) e está com um pé no Brasil-14.

Em entrevista à Folha, o técnico afirma que a retranca é uma necessidade, que a Suíça precisa continuar bem, não perder os imigrantes que reforçam a seleção e que ficou impressionado com o Brasil, seu adversário no amistoso desta quarta-feira, na Copa das Confederações.

Georgios Kefalas - 13.ago.2013/Efe
Ottmar Hitzfeld da entrevista em Basileia
Ottmar Hitzfeld da entrevista em Basileia

Folha - A Suíça está perto de se classificar para a terceira Copa consecutiva, o que não acontecia desde 1954. Como explicar esse bom momento?

Ottmar Hitzfeld - Cada classificação de um país pequeno como a Suíça deve ser encarada como um grande sucesso. Fazê-lo por três vezes consecutivas torna o feito ainda maior. Só vou mencionar uma razão para tudo isso estar acontecendo: a qualidade na formação dos nossos jogadores de futebol. O projeto é muito bom e admirado em toda a Europa. A Suíça plantou essas sementes há muito tempo, agora é hora da colheita. Mas você às vezes precisa da sorte também para se qualificar.

Vivemos um tempo em que o futebol ofensivo tem brilhado, com títulos de Barcelona, Espanha, Bayern de Munique. A Suíça, por outro lado, continua priorizando a defensa e fazendo sucesso. O que os bons resultados de sua seleção ensinam ao futebol?

Você nunca ganha um jogo de futebol sem uma boa defesa. Além disso, não temos tantos bons jogadores de ataque quanto os outros países. Já tivemos alguns bons meias e atacantes, mas é muito raro que eles mantenham um alto nível ao mesmo tempo. Já na defesa, é diferente...

A Suíça tem se destacado mais uma vez pela defesa, a melhor das eliminatórias europeias. Por que isso acontece ano após ano. É a mentalidade dos atletas ou algo que você pede a eles?

Tem muito a ver com a resposta que te dei. Espero que você entenda por que não posso pedir para minha equipe atacar.

Então, qual o segredo dessa defesa quase intransponível?

A principal é a qualidade dos nossos defensores. Temos grandes jogadores, como Lichtsteiner, Djourou, Von Bergen, Rodríguez. Além disso, contamos com um goleiro de primeiro escalação chamado Benaglio. Também não sofremos com contusões, então podemos escalar mais ou menos a mesma defesa sempre, aumentando o entrosamento dos jogadores.

Por outro lado, a Suíça só fez um gol neste ano. O que vocês estão fazendo para melhorar o ataque? Há solução para essa deficiência?

No ataque, temos tido tanta sorte. São contusões, jogadores brigando com clubes, muitos problemas ao mesmo tempo. Pegue nossos jogos mais recentes contra o Chipre [0 a 0 e vitória por 1 a 0, pelas eliminatórias]. Em duas partidas, criamos cerca de 15 ou 20 oportunidades de gol contra uma defesa muito compacta e bem organizada. Mas só conseguimos marcar uma vez. E no minuto final do segundo jogo.

A Suíça foi campeã mundial sub-17 quatro anos atrás, mas só dois desses jogadores (Rodríguez e Xhaka) jogam frequentemente na seleção. Por quê? A evolução dessa geração está mais lenta do que era esperado?

Quando este título foi conquistado, dissemos que já ficaríamos muito feliz se dois jogadores fizessem o caminho para a seleção principal. Não temos muitas razões para ficarmos tristes. Xhaka e Rodríguez já completaram esse percurso, assim como o Seferovic. Temos também o Ben Khalifa, que faz parte do elenco de jogadores que observamos.

Ainda pode acontecer muita coisa com esses jovens rapazes. Até onde essa nova geração, que tem Shaquiri como nome mais importante, pode levar a Suíça? Qual o objetivo de vocês a médio prazo?

Esperamos apenas que continuem no caminho que estamos. A Suíça é um país com muitos imigrantes, que vieram principalmente do leste europeu. Seus filhos são muito habilidosos e interessados no sucesso esportivo. Por isso, tentamos convencê-los a jogar por nossa seleção, pelo país que os deu educação e esporte. A maioria aceita por se sentir grato à Suíça, outros não querem. Houve jogadores que me ligaram falando que não viam futuro no nosso elenco e que por isso iam tentar vaga no país dos seus antepassados. O que a Suíça tem que fazer é continuar se classificando para os torneios grandes [para seduzir esses atletas a optar por nossa seleção].

E o que você espera da Copa de 2014?

Vamos falar sobre isso mais tarde. Agora meu foco é no jogo contra Brasil [hoje], e nas quatro partidas que faltam das eliminatórias, contra Islândia, Noruega, Albânia e Eslovênia.

Qual a importância do amistoso contra o Brasil na preparação suíça?

É a melhor coisa que poderia acontecer para nós. Uma das melhores seleções de todos os tempos, cinco vezes campeã mundial e três vezes vencedora da Copa das Confederações. É uma honra jogar contra o time. É um dos jogos que todo mundo gosta de disputar, de fazer parte. E o mais importantes: depois do que o Brasil fez em junho [na Copa das Confederações], muitos suíços acreditam que o Brasil vai ganhar a Copa do Mundo. Então, esse jogo vai nos mostrar o que precisamos fazer nos quatro jogos que faltam [das eliminatórias].

A Suíça vem de bons resultados contra seleções grandes, como a vitória sobre a Espanha na Copa-2010, e os empates com Holanda e Inglaterra em 2011. Dá para esperar mais um bom resultado contra o Brasil?

O Brasil tem tantas qualidades que nem precisamos falar sobre quem é o favorito nesse jogo. Mas temos nossos pontos fortes também. Vamos ver o que acontece.

Se você pudesse escolher um jogador brasileiro para reforçar a Suíça, quem seria?

Veja bem, eu nunca falo sobre isso. Se eu lhe der um nome, dois nomes, três nomes, seria uma falta de educação com muitos outros grandes jogadores. Estou cheio de respeito por eles, por isso não posso escolher nenhum.

O Brasil estava em baixa até a conquista da Copa das Confederações. O que você acha da atual seleção brasileira? É digna das tradições do país e boa suficiente para vencer a Copa do Mundo em casa?

Fiquei muito impressionado com a performance do Brasil. Marcação alta, sob pressão, todos os jogadores com vontade de vencer. Foi extraordinário. Luiz Felipe Scolari deu a essa equipe o tanto de disciplina que ela precisava para ser bem-sucedida. Ele fez trabalho muito bom com o elenco. Todo mundo se sente parte dele, não importa se são titulares ou se estão no banco. O Brasil certamente está no grupo das seleções que podem ganhar o título. Está entre os vários grandes favoritos.

Georgios Kefalas/Efe
Ottmar Hitzfeld observa os jogadores da seleção da suíça
Ottmar Hitzfeld observa os jogadores da seleção da suíça
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