Torcedores uruguaios fazem protesto contra governo da Venezuela em Natal
Camisa do Uruguai e bandeira da Venezuela nas costas. Assim, um quarteto de torcedores chegou à Arena das Dunas, em Natal, para ver o jogo contra a Itália, nesta terça (24), às 13h.
Os uruguaios Alvaro Sanchez, 50, Andres Rossano, 42, Sergio Tarrech, 59, e Andres Tarrech, 27, este último o único nascido na Venezuela, estão no Brasil para acompanhar todas partidas da Celeste mas também para protestar contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Por esse motivo, a bandeira venezuelana deles tem a inscrição "S.O.S".
Comerciante na Venezuela, Sanchez reclama que precisou fazer a viagem para o Uruguai, onde nasceu, para conseguir comprar as passagens aéreas para Fortaleza, São Paulo e Natal. Os ingressos eles também conseguiram comprar apenas em terras uruguaias.
Ao chegar em Cumbica, em Guarulhos, eles estranharam a falta de divulgação da Copa no aeroporto.
"Não tinha uma faixa, uma propaganda, nada. Nem mesmo uma TV conseguimos para assistir ao jogo do Brasil naquele dia", lamenta o venezuelano Andres Tarrech, filho de Sergio.
Segundo os torcedores, na África do Sul em 2010 havia muito mais divulgação do Mundial do que no Brasil. "Acho que estão com medo dos protestos", opina Sanchez.
Eles também acham que a Copa está dividida entre a festa do povo nos estádios e as obras inacabadas no entorno das arenas.
"O Mundial está lindo, a festa do povo está linda, mas a porta de entrada do país é o aeroporto e parece que tudo está pela metade, tudo está em obra, como aqui", diz Sanchez, olhando ao redor da Arena das Dunas, ainda com obras nas vias de acesso ao estádio.
Este não é o primeiro protesto contra o governo venezuelano nesta Copa. Na partida entre Itália e Inglaterra, na arquibancada da Arena Amazônia, uma faixa se destacava entre dezenas outras. "Venezuela dictadura", dizia o protesto. A Fifa bane qualquer tipo de manifestação política nos estádios da Copa, mas este parece ter passado despercebido pela segurança.
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'