Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu

Clóvis Rossi: #TeveCopa #Tevepapelão

Mais opções

Luiz Felipe Scolari fez, contra a Holanda, o que 11 de cada 10 cronistas esportivos pediram para o jogo anterior, contra a Alemanha: povoou o meio-de-campo com todos os jogadores do setor de que dispõe (Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar, Willian, Ramires. E, depois, ainda entraram Fernandinho e Hernanes).

Deu certo? Nem remotamente. Nem poderia: faz já algum tempo que Tostão, o craque dos comentaristas esportivos, aponta a carência de meio-campistas de talento no futebol tapuia.

Em sendo assim, a nova formação não impediu o segundo brutal vexame consecutivo, mais facilmente avaliável em dois dados estatísticos:

1 - O Brasil levou, em todas as 20 Copas que disputou, 102 gols, incluindo os três deste sábado (12). Não é que 14 deles, portanto mais de 10%, aconteceram apenas na Copa do Brasil, que, aliás, não foi Copa do Brasil mas Copa no Brasil.

2 - Poucas seleções levaram mais gols que o Brasil em uma única edição da Copa. Entre elas, estão as extraordinárias potências futebolísticas chamadas Arábia Saudita e Coreia do Norte.

É melancólico, vexatório, um papelão que o Brasil, o único país com cinco Mundiais ganhos, se junte a esses países sem a mais leve tradição.

O que dizer de mais uma derrota vergonhosa? Foi azar sofrer um gol de pênalti (mal marcado) com apenas dois minutos de jogo?

Foi azar tomar um segundo gol 13 minutos depois, que nasceu de um impedimento não assinalado?

Que os "patrioteiros" de plantão respondam sim. Eu prefiro fatos.

Fato 1 - Quando Robben foi lançado, no lance do primeiro gol, saiu atrás de Thiago Silva, mas chegou na frente, o que obrigou o beque a segurá-lo.

Fato 2 - O impedimento não foi o desenlace do segundo gol. Este surgiu de uma patética rebatida de David Luiz para o meio da área, seguida da "matada" de Blind sem que aparecesse um mísero jogador brasileiro para pelo menos atrapalhar a finalização.

Quando os dois melhores jogadores da seleção durante os cinco primeiros jogos da Copa (tirando Neymar) falham dessa maneira, o Brasil mereceu o azar dos dois lances irregulares.

De novo, a seleção local viveu de chutões para a frente. Às vezes, dava a sensação de que David Luiz estava possuído pelo espírito de Gerson: tentava e tentava lançamentos longos. Errava e errava.

Outra, digamos, tática brasileira era tentar a loteria dos cruzamentos para a área. Loteria porque tanto pode dar certo como acabar na cabeça ou nos pés do beque adversário. Terminaram inexoravelmente com a Holanda.

É justo, no entanto, ressalvar Oscar. Ele é o único real talento de meio-de-campo. Neste sábado, por fim, conseguiu jogar como meia armador, em vez de ficar na esdrúxula posição de meio-campista que atua na ponta direita.

Foi só de seus pés que surgiram as poucas jogadas de algum perigo para a Holanda. Digo algum perigo porque o goleiro Cillessen realmente não fez mais que uma defesa realmente difícil.

No outro lado do campo, cada vez que a bola chegava aos pés de Robben era um Deus nos acuda na defesa brasileira, como se os jogadores locais enxergassem no ponta holandês a reencarnação daqueles infernais atacantes alemães.

Tudo somado, até que as vaias foram poucas, no fim do primeiro tempo e no fim do jogo.

Na verdade, a CBF deveria ter tomado o técnico Van Gaal pela palavra e levado às últimas consequências sua afirmação pré-jogo de que "esta partida nunca deveria ser jogada" (porque o único prêmio que realmente conta, o título, não estava em jogo).

Mas, no pequeno tamanho a que se reduziu a seleção pentacampeã, não ficou nem com o "prêmio menor" com que Felipão fingiu que se consolava na entrevista pós-massacre contra a Alemanha.

Mais opções

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade

Siga a folha

Publicidade

+ Livraria

Livraria da Folha

Jogo Roubado
Brett Forrest
De:
Por:
Comprar
Festa Brasil (DVD)
Vários
De:
Por:
Comprar
The Yellow Book
Toriba Editora
De:
Por:
Comprar
Futebol Objeto das Ciências Humanas
Flávio de Campos (Org.), Daniela A.
De:
Por:
Comprar
Seleção Brasileira
Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página