O delegado Fábio Barucke, do 18ª DP (Praça da Bandeira), marcou para o meio-dia desta terça (15) o depoimento da gerente do Copacabana Palace, Andrea Natal. Ela é suspeita, segundo o policial, de auxiliar na fuga do diretor-executivo da empresa Match, Raymond Whelan, do hotel da zona sul do Rio, na semana passada.

Whelan, suspeito de integrar uma quadrilha de venda ilegal de ingressos para jogos da Copa, se apresentou na tarde de segunda (14) no Tribunal de Justiça do Rio. À noite, ele foi levado para o presídio de Bangu 10, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste da cidade.

A polícia vai indiciar, novamente, o advogado Fernando Fernandes para depor sobre a fuga de seu cliente, Whelan, na mesma ocasião. O advogado é suspeito de também dar fuga ao executivo britânico.

Na sexta (11), Fernando Fernandes informou que, como advogado, tem a prerrogativa de defender o seu cliente.

"Tenho imunidade profissional e estamos tomando as medidas", disse o advogado.

A quadrilha de venda ilegal de ingressos para jogos da Copa foi descoberta após três meses de investigações. Os policiais descobriram que o grupo desviava ingressos do pacote de hospitalidade (exclusividade da Match, segundo a Fifa), das federações, de jogadores de futebol, meia-entrada e cortesia para o mercado negro, onde era vendido acima dos preços estipulados pela polícia.

A quadrilha esperava lucrar R$ 200 milhões com a venda dos bilhetes na Copa. A polícia calcula que por jogo, o grupo ganhasse até R$ 1 mil com os ingressos.

No momento, além de Whelan, outros 11 suspeitos de integrarem a quadrilha estão presos, entre eles o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, 57. Tanto Whelan como Lamine Fofana negam qualquer irregularidade com a venda de ingressos.