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03/06/2008 - 07h12

Análise: Superdúvida

LUCAS MENDES
da BBC, em Nova York

Supercautelosos? Supersábios? Superpolíticos ou, se a BBC permitir, supercagões?

Sou fascinado por Barack Obama e eleitor declarado de Hillary Clinton porque, entre outros motivos, ela é mais preparada e tem mais chance de ganhar em novembro. Quando, nos últimos 50 anos, os americanos elegeram um presidente com um dos currículos mais modestos e o título de político mais liberal do país?

Gostam de comparar Barack Obama com JFK, mas John Kennedy era um "falcão" em política externa --escalou a guerra do Vietnã-- e um conservador em questões econômicas. Reduziu impostos. Além disso, a cor de Obama é problema no sul e, pelas pesquisas, para 15% dos eleitores.

Em uma campanha presidencial americana acontecem tragédias e escândalos: o líder de hoje é o assassinado de amanhã, ou o suspeito de corrupção, de algum abuso ou infidelidade conjugal ou doença incurável.

Para a grande maioria dos americanos é difícil entender o plano de luta de Hillary Clinton, dado os números irreversíveis a favor de Obama. Ele tem 160 delegados a mais do que ela, mas Hillary, em uma contagem complicada, diz que tem mais votos populares e que, "na história recente do país, o partido sempre nomeou o candidato com maior número de votos populares".

Pela contagem de Hillary, ela teria todos os votos de Michigan, onde nem ela nem Obama apareciam na lista de candidatos nem fizeram campanha no Estado. Além disso, ela não inclui 15 Estados que foram decididos por caucus e não publicaram resultados do voto popular.

Mesmo nesta contagem mandraquiana, ela ainda pode perder a maioria com os resultados de Dakota do Sul e Montana, e, percentualmente, a vantagem de Obama no número de delegados é bem maior do que a dela no voto popular.

No fim de semana, a comissão do Partido Democrata decidiu dar meio voto aos delegados de Michigan e da Flórida como punição pela mudança de datas de suas primárias. A decisão pode ser salomônica pela sabedoria aritmética, mas foi um desastre entre os partidários de Hillary. Sem os eleitores de Michigan e da Flórida, inconsoláveis neste momento, o senador Barack Obama pode começar a escrever o discurso da vitória.

De 25% a 45% dos eleitores de Hillary Clinton estão descontentes com o processo e dizem que vão votar no senador McCain em novembro. Na eleição de 2000, 64% dos eleitores dos candidatos derrotados nas primárias disseram que não votariam em Al Gore. O número foi muito menor. As pesquisas hoje refletem a amargura e o rancor da derrota.

Nas últimas seis semanas, a senadora fez uma campanha de campeã e ganhou mais votos do que Barack Obama. Hoje, seria a candidata se não tivesse assumido desde o começo que a nomeação seria dela e se desesperado quando começou a perder. Ela recuperou o equilíbrio em Ohio, Pensilvânia e Texas.

O último dia das primárias foi marcado por uma explosão do ex-presidente Bill Clinton sobre um artigo devastador contra ele na revista "Vanity Fair", escrito por um respeitável repórter, mas sem citar fontes.

E, na segunda-feira, em um comício e sem conexão com o artigo, ele disse que talvez fosse o último dia dele nesta campanha.

No mesmo dia, Hillary Clinton errou o nome do prefeito da cidade durante o discurso, teve um ataque de tosse tão forte que precisou ser substituída pela filha Chelsea e dispensou a maioria dos assessores. É o fim.

Então, por que os superdelegados não estão correndo para dar ao senador Barack Obama a ninharia de votos que faltam para ele atingir os 2.118 delegados e a indicação do partido? Por que esperar até quarta?

Os superdelegados querem que a senadora saia sem ser empurrada. E nas campanhas americanas, como há assassinatos e escândalos, há também surpreendentes candidatos a vice-presidente e poderosos ministérios.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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