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25/02/2006
-
09h09
da Folha Online
A diversidade de temas marcou os desfiles de oito escolas de samba que se apresentaram na primeira noite do Carnaval de São Paulo. Os assuntos abordados pelas agremiações foram de escravidão à história do vinho, passando pela pecuária, cooperativismo e centenário do avião 14 Bis.
O incidente mais grave registrado durante as apresentações foi com a rainha da bateria da Mocidade Alegre, Nani Moreira. Ao fazer uma demonstração com fogo, ela queimou seu braço e também a ponta dos cabelos.
A Gaviões da Fiel, primeira escola a se apresentar, atravessou o sambódromo fazendo uma homenagem ao centenário do 14 Bis. O desfile abordou o tema por meio de anjos e pássaros, além de destacar o trabalho do brasileiro Santos Dumont (1873-1932), o inventor deste avião. A escola também destacou a conquista espacial do homem e a viagem à Lua.
A segunda e terceira escolas abordaram temas parecidos: Rosas de Ouro e Nenê de Vila Matilde falaram, respectivamente, sobre a escravidão dos negros e o racismo. No entanto, a maneira de apresentar os assuntos foi completamente diferente.
A primeira agremiação optou por mostrar imagens fortes --não faltaram pessoas amarradas pelo pescoço, negros acorrentados e também sendo chicoteados no pelourinho. A segunda, por sua vez, inovou ao apresentar uma "ópera-samba" que falava sobre o amor impossível entre uma negra e o filho de um mestiço.
Em seguida veio a Acadêmicos do Tatuapé, que mostrou a importância do sistema de cooperativas na economia brasileira. O destaque ficou por conta de um carro alegórico com diversas crianças e mulheres grávidas, representando o futuro ideal.
O desfile mais luxuoso ficou por conta da Império da Casa Verde, que lembrou a importância do boi na história do homem e o seu caráter de sagrado. Os carros alegóricos, que impressionavam pelo tamanho e riqueza de detalhes, representavam uma casa de fazenda e um templo indiano, entre outros.
Para contar a história do vinho, a Camisa Verde e Branco propiciou ao público uma volta ao mundo --Turquia, Portugal, Espanha e Itália estavam entre os países importantes no histórico da bebida. Durante a apresentação também foi possível ver a transformação citada no título do samba-enredo --"Do Profano ao Sagrado". As orgias do início da apresentação deram lugar a elementos religiosos, que surgiram com a transformação bíblica da água em vinho.
Já com o dia claro, a Vai-Vai homenageou São Vicente, a primeira cidade brasileira. Um dos destaques da apresentação aconteceu logo no início do desfile, quando a Comissão de Frente interagiu com o carro abre-alas. Do chão, os índios atiraram flechas e mostraram o medo que sentiram ao se deparar com uma enorme embarcação ocupada por europeus.
A Mocidade Alegre encerrou o desfile por volta das 8h40 com um enredo inspirado em um poema de Carlos Drummond de Andrade. Nani Moreira, rainha da bateria, sofreu queimaduras durante a apresentação, quando fazia uma performance com fogo. Ela foi atendida em uma ambulância e voltou ao sambódromo com o braço enfaixado. Depois, foi internada no Hospital do Mandaqui, em observação.
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A diversidade de temas marcou os desfiles de oito escolas de samba que se apresentaram na primeira noite do Carnaval de São Paulo. Os assuntos abordados pelas agremiações foram de escravidão à história do vinho, passando pela pecuária, cooperativismo e centenário do avião 14 Bis.
O incidente mais grave registrado durante as apresentações foi com a rainha da bateria da Mocidade Alegre, Nani Moreira. Ao fazer uma demonstração com fogo, ela queimou seu braço e também a ponta dos cabelos.
A Gaviões da Fiel, primeira escola a se apresentar, atravessou o sambódromo fazendo uma homenagem ao centenário do 14 Bis. O desfile abordou o tema por meio de anjos e pássaros, além de destacar o trabalho do brasileiro Santos Dumont (1873-1932), o inventor deste avião. A escola também destacou a conquista espacial do homem e a viagem à Lua.
A segunda e terceira escolas abordaram temas parecidos: Rosas de Ouro e Nenê de Vila Matilde falaram, respectivamente, sobre a escravidão dos negros e o racismo. No entanto, a maneira de apresentar os assuntos foi completamente diferente.
A primeira agremiação optou por mostrar imagens fortes --não faltaram pessoas amarradas pelo pescoço, negros acorrentados e também sendo chicoteados no pelourinho. A segunda, por sua vez, inovou ao apresentar uma "ópera-samba" que falava sobre o amor impossível entre uma negra e o filho de um mestiço.
Em seguida veio a Acadêmicos do Tatuapé, que mostrou a importância do sistema de cooperativas na economia brasileira. O destaque ficou por conta de um carro alegórico com diversas crianças e mulheres grávidas, representando o futuro ideal.
O desfile mais luxuoso ficou por conta da Império da Casa Verde, que lembrou a importância do boi na história do homem e o seu caráter de sagrado. Os carros alegóricos, que impressionavam pelo tamanho e riqueza de detalhes, representavam uma casa de fazenda e um templo indiano, entre outros.
Para contar a história do vinho, a Camisa Verde e Branco propiciou ao público uma volta ao mundo --Turquia, Portugal, Espanha e Itália estavam entre os países importantes no histórico da bebida. Durante a apresentação também foi possível ver a transformação citada no título do samba-enredo --"Do Profano ao Sagrado". As orgias do início da apresentação deram lugar a elementos religiosos, que surgiram com a transformação bíblica da água em vinho.
Rubens Cavalari/Folha iMagem |
Nani Moreira, da Mocidade Alegre, antes do acidente |
A Mocidade Alegre encerrou o desfile por volta das 8h40 com um enredo inspirado em um poema de Carlos Drummond de Andrade. Nani Moreira, rainha da bateria, sofreu queimaduras durante a apresentação, quando fazia uma performance com fogo. Ela foi atendida em uma ambulância e voltou ao sambódromo com o braço enfaixado. Depois, foi internada no Hospital do Mandaqui, em observação.
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