Bush
quer que jovens façam abstinência sexual
Cristina
Veiga Equipe
GD
O presidente
dos Estados Unidos, George W. Bush, quer que os jovens de
seu país façam abstinência sexual. Ele
parece acreditar que, desta forma, vai combater a gravidez
precoce e reduzir os casos de doenças sexualmente transmissíveis,
como a Aids. "Abstinência não é apenas
dizer 'não. É dizer 'sim' a um futuro mais feliz
e mais saudável", pregou ele em uma carta encaminhada
a centenas de defensores da abstinência sexual.
O apoio
de Bush à causa não é só teórico.
Ele mandou aumentar os fundos de programas educacionais que
promovam a abstinência. O Congresso aprovou um aumento
de US$ 20 milhões para programas que pregam a abstinência
sexual. Para 2002, a previsão é de mais US$
30 milhões. O governo diz que sua meta é gastar
US$ 135 milhões por ano nesses programas. O dinheiro
vai freqüentemente para grupos religiosos evangélicos.
A atitude
do presidente causa, no mínimo, dois tipos de preocupação.
A primeira é que essa sua política de saúde
pública seja baseada em ideologia e não em ciência.
A segunda é que as mudanças causem, isto sim,
um retrocesso nos recentes êxitos obtidos na redução
de gravidez de adolescentes e na diminuição
de casos de doenças sexualmente transmissíveis.
O curioso é que ele preocupe-se tanto com abstinência
sexual e tão pouco com o consumo crescente de álcool
por adolescentes que, aliás, atinge as suas próprias
filhas.
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Bush
apóia abstinência sexual entre jovens
O presidente
George W. Bush está fazendo uma mudança fundamental
na maneira como o governo dos Estados Unidos aborda questões
envolvendo saúde reprodutiva, diminuindo esforços
para promover o planejamento familiar e a contracepção
ao mesmo tempo em que dá força a programas favorecendo
a abstinência sexual.
Desde
que assumiu em janeiro, o presidente Bush e vários
de seus principais assessores têm se recusado a permitir
que estados expandam seus serviços de planejamento
familiar para mulheres pobres e reimpuseram um banimento ao
aconselhamento sobre aborto em clínicas médicas
no exterior. Além disso, foi divulgado um relatório
questionando a eficácia dos preservativos e há
uma proposta de eliminar a cobertura federal obrigatória
de contracepção para funcionários federais.
Recentemente,
um diácono católico que trabalha no Departamento
de Saúde e Serviços Humanos levantou questões
sobre um programa para ajudar pais a conversar com seus filhos
sobre sua saúde sexual porque acredita que ele vai
contra as crenças católicas do secretário
Tommy G. Thompson.
Ao mesmo
tempo, funcionários do governo estão considerando
planos para consolidar as repartições ligadas
à saúde da mulher e já adotaram medidas
para aumentar os fundos de programas educacionais que promovam
a abstinência, com o dinheiro indo freqüentemente
para grupos religiosos evangélicos.
Os rumos
tomados pelo governo preocupam os especialistas em saúde
pública, que vêem a nova abordagem baseada mais
em ideologia do que em ciência. Além disso, eles
temem que as mudanças causem um retrocesso nos recentes
êxitos obtidos na redução de gravidez
de adolescentes e na diminuição de casos de
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como
a Aids.
- Em cada
caso, o presidente escolheu agir não de forma moderada,
mas de maneira extrema - criticou Judith Lichtman, presidente
da Parceria Nacional para Mulheres e Famílias.
O governo
defende sua abordagem, alegando que Bush está comprometido
com a redução da gravidez na adolescência,
a contenção das DSTs e a ampliação
do acesso ao atendimento médico. No orçamento
deste ano, o Congresso aprovou um aumento de US$ 20 milhões
para programas que pregam a abstinência sexual. Para
2002, a previsão é de mais US$ 30 milhões.
O governo diz que sua meta é gastar US$ 135 milhões
por ano nesses programas, igualando o que se investe no planejamento
familiar tradicional.
No fim
de semana, centenas de defensores da abstinência sexual
se reuniram em Miami e receberam uma efusiva carta de Bush:
"Abstinência não é apenas dizer 'não'",
ele escreveu. "É dizer 'sim' a um futuro mais
feliz e mais saudável".
(O Globo)
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