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 Dia 29.08.02

     

 

Leitor critica sistema de progressão continuada na educação

Acabei de ler seu artigo. Como professor de Física e mestrando em Educação para a Ciência já cansei de ler e conhecer os problemas da escola pública e particular.

No caso da repetência concordo com você. O modelo atual da escola pública não atende o mínimo que se espera de uma escola. Existem um número enorme de professores que lecionam um disciplina, Física, por exemplo, e não são habilitados na disciplina. Um problema sério para a educação desse jovens.

O fato é que a Secretaria Estadual de Educação permite tal prática. Caso o governo estadual realizasse com regularidade concursos públicos esse problema diminuiria, mas não cessaria.

Durante oito anos o Governo Covas-Alckimim implementou uma política terrível na educação pública. O valor hora-aula do professor é R$ 5, 06 no Ensino Médio e os ACT´s, professores não formados ou não habilitados na disciplina que leciona no Estado, recebe R$ 4,07!!!

A grandiosa e semi-analfabeta Rose Neubauer, apoiada por uma corrente de professores doutores contrários a repetência escolar, implementou o sistema de progressão continuada, uma boa pedida para alunos carentes de atenção e com baixa auto-estima. Porém, de boas intenções o inferno está cheio. Assim, o que tivemos e ainda temos é um sistema de aprovação automática. Nós professores somos pressionados a não reter o aluno, nem mesmo para um processo de recuperação. O fato de um aluno chegar ao ponto de necessitar de reforço escolar não é que ele seja incapaz de aprender.

Novamente concordo com sua afirmação sobre o despreparo dos professores. O que vejo é uma triste realidade, pois muitos professores estão obtendo seus diplomas num grande número de faculdades privadas e extremamente comerciais. A Educação passou a ser mais um produto que se pode comercializar e todo o investimento feito parece não compensar.

O quadro estadual da Educação pública é realmente negro. Salas de aula com mais de quarenta alunos tanto no nível fundamental quanto no médio, escolas sucateadas entre tantos problemas que os professores enfrentam.

Sei como poucos o que é ser professor e querer aprender mais. Aprender por necessidade pessoal e profissional para alcançar uma melhor condição social. Felizmente, pude estudar Física na Unesp, iniciei meu mestrado também na Unesp, mas ainda assim senti o que é ser professor nesse país. No mestrado faltavam bolsas de estudo, culpa do arrocho aplicado por FHC nas áreas sociais.

Eu sempre fui PT, acredito no partido e na necessidade de melhoria das condições de vida do nosso povo, mas apoiar o Maluf já é demais. Essa ala do PT que apóia o Maluf dever estar surtando, querer apenas que volte a repetência sem refletir sobre o processo ensino-aprendizagem é subestimar qualquer esforço já feito, é jogar no lixo centenas de dissertações e teses que foram concluídas nos últimos dez anos. Estão esquecendo o que é ser professor, o que é ter um ideal.

Cléverson
São Bento do Sapucaí-SP

 

 
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