Leitor
critica sistema de progressão continuada na educação
Acabei
de ler seu artigo. Como professor de Física e
mestrando em Educação para a Ciência
já cansei de ler e conhecer os problemas da escola
pública e particular.
No
caso da repetência concordo com você. O
modelo atual da escola pública não atende
o mínimo que se espera de uma escola. Existem
um número enorme de professores que lecionam
um disciplina, Física, por exemplo, e não
são habilitados na disciplina. Um problema sério
para a educação desse jovens.
O
fato é que a Secretaria Estadual de Educação
permite tal prática. Caso o governo estadual
realizasse com regularidade concursos públicos
esse problema diminuiria, mas não cessaria.
Durante
oito anos o Governo Covas-Alckimim implementou uma política
terrível na educação pública.
O valor hora-aula do professor é R$ 5, 06 no
Ensino Médio e os ACT´s, professores não
formados ou não habilitados na disciplina que
leciona no Estado, recebe R$ 4,07!!!
A
grandiosa e semi-analfabeta Rose Neubauer, apoiada por
uma corrente de professores doutores contrários
a repetência escolar, implementou o sistema de
progressão continuada, uma boa pedida para alunos
carentes de atenção e com baixa auto-estima.
Porém, de boas intenções o inferno
está cheio. Assim, o que tivemos e ainda temos
é um sistema de aprovação automática.
Nós professores somos pressionados a não
reter o aluno, nem mesmo para um processo de recuperação.
O fato de um aluno chegar ao ponto de necessitar de
reforço escolar não é que ele seja
incapaz de aprender.
Novamente
concordo com sua afirmação sobre o despreparo
dos professores. O que vejo é uma triste realidade,
pois muitos professores estão obtendo seus diplomas
num grande número de faculdades privadas e extremamente
comerciais. A Educação passou a ser mais
um produto que se pode comercializar e todo o investimento
feito parece não compensar.
O
quadro estadual da Educação pública
é realmente negro. Salas de aula com mais de
quarenta alunos tanto no nível fundamental quanto
no médio, escolas sucateadas entre tantos problemas
que os professores enfrentam.
Sei
como poucos o que é ser professor e querer aprender
mais. Aprender por necessidade pessoal e profissional
para alcançar uma melhor condição
social. Felizmente, pude estudar Física na Unesp,
iniciei meu mestrado também na Unesp, mas ainda
assim senti o que é ser professor nesse país.
No mestrado faltavam bolsas de estudo, culpa do arrocho
aplicado por FHC nas áreas sociais.
Eu
sempre fui PT, acredito no partido e na necessidade
de melhoria das condições de vida do nosso
povo, mas apoiar o Maluf já é demais.
Essa ala do PT que apóia o Maluf dever estar
surtando, querer apenas que volte a repetência
sem refletir sobre o processo ensino-aprendizagem é
subestimar qualquer esforço já feito,
é jogar no lixo centenas de dissertações
e teses que foram concluídas nos últimos
dez anos. Estão esquecendo o que é ser
professor, o que é ter um ideal.
Cléverson
São Bento do Sapucaí-SP
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