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Lula acende uma vela para Deus e outra para o Diabo

Ao final de seu discurso, sábado à noite, no Rio Grande do Sul, Luiz Inácio Lula da Silva comandou a oração do "Pai Nosso", trazendo para a campanha o tom religioso: logo foi comparado a Anthony Garotinho, que fez de Deus seu principal cabo eleitoral.

Na semana a anterior, ele, digamos, acendeu uma vela para o "Diabo", trocando amabilidades com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Em poucas palavras, Lula mandou dizer que gostaria de ter o presidente, o tal neoliberal responsável pelo empobrecimento do país, em seu palanque. E Fernando Henrique informou que, entre o líder do PT e Itamar Franco, fica com o líder do PT -- o tal PT que, segundo ele, conspira contra a estabilidade.

Lula já alterou seu discurso sobre reforma agrária para não assustar os pequenos produtores e tenta acalmar o mercado, informando que, se ganhar a eleição, não vai romper contratos ou deixar de pagar dívidas. A mensagem pegou: o próprio presidente da Fiesp, Horácio Piva, acenou que poderia apoiá-lo.

O candidato do PT colocou como assessor de imagem o publicitário Duda Mendonça, ex-aliado de Paulo Maluf, de reconhecida competência. "Não vamos repetir o erro de outras campanhas", justificou Lula diante de petistas irritados com a contratação de um ex-malufista.

Ao optar por uma política de resultados, trazendo mais pragmatismo para sua campanha, Lula tem mais chance de obter adesões, abrir brechas no eleitorado mais conservador e até reduzir o temor de sua vitória produza ingovernabilidade. Mas, ao mesmo tempo, ele corre o risco de perder os eleitores que vêem nesse alinhamento a perda dos sonhos, da utopia da pureza -- e, talvez, abra brecha para alguém assumir o discurso oposicionista.

 
 
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