Infoexclusão
brasileira é acelerada pela alto custo da Internet
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Pesquisa realizada
pela Fundação para o Consumidor dos EUA (FCE) mostra
que a diferença existente no país, entre as pessoas
excluídas e incluídas na era digital, está
consolidada, e não deve diminuir tão cedo. O estudo
aponta dois motivos principais para a população estar
desconectada: falta de recursos financeiros (47%) e pouca instrução
(15%).
No Brasil, ocorre
algo semelhante. Apesar de não estarmos com a divisão
digital definida, avançamos para uma infoexclusão
ainda mais grave. Essa é opinião de Carlos Afonso,
co-fundador e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômicas, em seu trabalho "Internet no Brasil:
acesso para todos é possível?", publicado pela
Friedrich Ebert Stftung.
No documento,
Afonso faz alertas sobre os empecilhos da democratização
da Internet no Brasil. "O país é de longe o pior
colocado em números per capita de usuários e computadores,
entre as nove maiores economias do mundo. A infra-estrutura digital
é uma das mais caras do mundo", afirma.
Um exemplo:
uma conexão dedicada local de 2mega por segundo (2MB) custa
no Brasil cerca de US$14 mil. Nos EUA, uma conexão similar
não passa de U$1.200.
Ou seja, o alto
custo para o acesso à Internet deixou quase metade dos americanos
excluídos da era digital. No Brasil, em que as conexões
são 10 vezes mais caras, a infoexclusão tende a ser
maior e mais elitista.
O editorialista
e colaborador da equipe de articulistas do jornal Folha de S. Paulo,
Gilson Schwartz, não só concorda com Afonso, como
chama a atenção para a falta de mecanismos efetivos
de democratização do acesso. "Não há
políticas federais para uma conexão de escolas públicas,
programas de treinamento básico, pesquisa em alternativa
de conexão a baixo custo etc", diz.
De acordo com
Schwartz, o Brasil teve uma das políticas mais avançada
da América Latina em relação à Internet,
"corre o risco de ser retardatário quando se trata da
questão social."
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