Pai quebra licença para acompanhar primeiros
meses do filho
Raquel Souza
Especial para o GD
Quando trabalhava
em uma grande editora, o diretor de criação Primo
Alex Gerpelli, 25 anos, quase não voltava para casa. "Não
raro, eu trabalhava das dez da manhã até as cinco
horas do dia seguinte". Com esse ritmo, quase não conseguiu
acompanhar a gravidez de sua mulher, a editora de arte Erica.
Com o nascimento
do filho no início do ano, porém, Gerpelli resolveu
dedicar quatro meses para passar ao lado do menino e da mãe.
Por meio de um acordo, passou a realizar trabalhos free-lance em
casa para a editora Abril. "Consegui outros trabalhos em agências
de publicidade e fiz um livro", conta.
Para ele, a
experiência é uma boa forma de substituir a tradicional
licença paternidade de quatro dias. "É um absurdo.
Quatro dias não são nada. É o tempo da mulher
sair da maternidade, mas ela ainda não está recuperada
da cirurgia. Trabalhar em casa foi bom porque pude acompanhar um
pouco mais de perto o desenvolvimento do meu filho. A Erica também
ganhou porque teve um companheiro para dividir tarefas", explica.
Por enquanto,
o casal tem um acordo. "A Erica vai continuar trabalhando em
casa e eu fora. Se eu tivesse um número mais significativo
de clientes fixos, provavelmente trabalharia em casa", afirma.
Gerpelli também
lembra que o 'home-office' não é mil maravilhas para
quem não consegue ser flexível com horários,
principalmente quando se tem filhos muito pequenos. "No período
da manhã, era impossível trabalhar porque os dois
filhos estavam em casa. Era necessário dedicar mais tempo
a eles. Isso era compensado com trabalho noturno", finaliza.
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