Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente

Dia 30/05/01

 

 


Nem todos estão preparados, diz especialista

Raquel Souza
Especial para o GD

Segundo a professora Marisa Eboli, da área de recursos humanos da Faculdade de Economia e Administração da USP, o trabalho a distância é uma tendência e já faz parte da realidade de diversas empresas. "Mas trabalhar em casa tem suas vantagens e desvantagens para empresa e funcionário", conta.

"Provavelmente, o trabalhador que foi aculturado no modelo taylorista de produção, em que há chefes, supervisores e fiscalização, terá dificuldade para adaptar-se em trabalhar em casa", diz a professora.

Marisa explica que o trabalho fora da empresa exige preparação. "É necessário ter internalizado muito bem o que deve ser feito, desenvolver autonomia, responsabilidade e comprometimento. Nesse sentido, quem está habituado a ter um chefe que manda e avalia suas ações dificilmente conseguirá trabalhar em casa", alerta. "É também essencial estar sintonizado com a cultura da empresa".

Mesmo nos sistemas de trabalho presencial, segundo Marisa, os profissionais ainda encontram dificuldade de adaptar-se a postura uma autônoma. "Talvez por isso os jovens saiam na frente", diz.

Para o trabalhador, a professora acredita que o maior benefício seja a possibilidade de conciliar o tempo com problemas pessoais e profissionais. "Deixa de ser necessário locomover-se de um canto a outro da cidade. Com as dimensões de São Paulo, isso é ótimo", afirma.

Entretanto, há um outro lado da moeda: assumir, na maioria das vezes, os custos das atividades profissionais, como a conta de luz, telefonia, provedor da Internet, entre outros. O que é problema para o trabalhador torna-se um benefício para empresa, que se isenta de manter uma estrutura física e de pessoal, reduzindo custos.

O maior problema deste tipo de trabalho, segundo Marisa, é o isolamento. "Você pode até ficar mais produtivo, mas se não tomar cuidado, corre o risco de perder o contato com a empresa", alerta.

Por isso, as corporações que adotaram o 'home-office' têm optado por um sistema misto de trabalho. "Elas promovem desde reuniões de equipe até cafés coletivos", conta a professora. A idéia é manter atividades e encontros em que possam ocorrer as comunicações informais. "Esses momentos têm papel fundamental. As trocas de idéias e de experiências são importantes na aprendizagem do trabalhador para internalização de valores e expectativas da empresa", acrescenta.

 

 
                                                Subir    
   ANTERIORES
  Professores culpam família e mídia pela indisciplina
  Desemprego jovem fica fora do 1º de Maio
  Ambiente hostil causa problemas psicológicos em professores
  Reforma das leis trabalhistas não devem ser apenas promovidas pelo governo
  Empresas nordestinas têm grande participação social
  Aids se dissemina entre usuários de crack
  Permanecer na escola tira jovens do crime, diz pesquisa
  Rigidez da lei estimula trabalho informal
  Empresas precisam conscientizar funcionários sobre importância do e-mail
  Formação continuada é fundamental para satisfação profissional
  Idade e qualificação são os maiores obstáculos para desempregados
  Shoppings mascaram problemas fiscais investindo em campanhas sociais
  Empresas não querem mais fumantes, apontam pesquisas