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Dia 24.01.02 às 09h20min
 

 

Discriminação persiste nos altos escalões das empresas

Rodrigo Zavala
Equipe GD

Existe discriminação racial e de gênero dentro das grandes empresas brasileiras. A prova do que sempre se tenta mascarar na área de recursos humanos é uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar de possuírem a mesma escolaridade, mulheres e negros não passam de 12% do alto escalão. Mais: aqueles que chegaram lá, possuem um salário até 30% menor em comparação ao dos homens brancos.

Jaime Mezzera, diretor adjunto da OIT, afirma existir um "teto de vidro" para as mulheres e para os negros, que os impede de ascender na carreira. "Eles não são promovidos para a diretoria, chegam apenas aos cargos de gerência". Já o caso da mulher negra é diferente. "Para elas há um portão de ferro trancado frente às empresas", garante.

O diretor ainda se arrisca a dizer que, se todos os salários tivessem como base a remuneração do trabalhador homem e branco, as desigualdades sociais do país seriam atenuadas. "O Brasil se tornaria um país europeu", diz.

O atual quadro de desigualdade profissional não poderá ser mudado, no entanto, apenas por uma súbita conscientização das áreas de recursos humanos. "O problema vem de antes", lembra Anna Peliano, coordenadora de projetos especiais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão que ajudou a elaborar a pesquisa.

Segundo ela, o Brasil precisa de investimentos multi-setoriais, que envolvam educação, segurança, saúde e políticas de inserção. "Investir em educação fundamental ou capacitação profissional, por exemplo, é um caminho, mas isoladamente não garante uma mudança efetiva."

A pesquisa tem por base as respostas de executivos coletadas em 89 empresas, embora 500 delas tenham sido contatadas pelo Ethos. "É um assunto que as empresas ainda não querem enfrentar", afirma Oded Grajew, presidente do instituto. Para ele, muitas devem ter respondido o questionário, mas não quiseram enviar as conclusões. Talvez tenham ficado com receio de declarar o que se constatou.

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