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22/10/2001
-
16h13
da Revista da Folha
De 15 em 15 dias, a rotina dos pacientes da oncologia pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo muda - é a tarde da visita dos alunos voluntários do colégio Guilherme Dumont Villares. Cerca de 120 deles contribuem angariando alimentos e fraldas. Um grupo menor, formado por oito estudantes do ensino médio, é responsável pelas idas ao hospital.
"É ótimo passar a tarde com as crianças. Elas vivem uma rotina muito deprimente internadas aqui, enfrentando quimioterapia, medicamentos, soro e injeções", diz Mariana Angi Roche, 16, do 2º ano. Junto com os colegas e o orientador Oiram Bichaff, 43, ela elabora e promove vários tipos de atividades para distrair os pequenos pacientes com câncer: de oficinas com massa de modelar a concursos de desenho a guache, passando por brincadeiras com origami e narração de histórias.
O Guilherme Dumont Villares já atua na Santa Casa há três anos, sempre com grupos de alunos diferentes. Eles podem escolher a atividade voluntária que preferem desenvolver ao longo de um ano letivo, e o trabalho com a pediatria costuma ser atraente.
"Nossos estudantes já pintaram as paredes da área em que os doentes tomam Sol e montaram uma videoteca e uma biblioteca", lembra o orientador Bichaff. "É bom ver como eles amadurecem e ficam mais humanos depois de um ano de colaboração."
Para Patrícia da Fonseca Mascarin, 15, 1º ano, o projeto serviu como uma espécie de orientação vocacional. Ela escolheu atuar na Santa Casa porque sempre quis ser médica -mais especificamente, pediatra. "Esse trabalho me fez ter certeza de que é isso que eu quero fazer da vida", afirma. O difícil, ela admite, foi segurar as lágrimas na tarde da primeira visita. "Não chorei porque nós não podemos chorar na frente deles. Eles sofrem muito, e nós fazemos as visitas para levantar o astral."
Seu colega Alexandre Fernandes Barbosa, 15, também do 1º ano, acha que o mais legal é quando esse objetivo é alcançado. "Eu me sinto bem quando a criança se abre, conversa, ri, mostra que está se sentindo melhor."
A diretora da escola, Eliana Baptista Pereira Aun, 55, conta que o trabalho dos alunos foi muito elogiado pela equipe da Santa Casa. "Eles estão muito contentes. Dizem que a pediatria virou um lugar lindo e que até a administração de analgésico diminuiu após a implantação do projeto."
Mariana afirma que mais aprende do que ensina vendo meninos e meninas desenhando e até bebês no soro demonstrando alegria. "Elas são crianças fortes. A gente reclama de muita bobagem, e os nossos problemas não são nada", diz. Como se vê, de 15 em 15 dias, a rotina dos alunos do Villares muda também. E é bom.
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DÉBORA YURIda Revista da Folha
De 15 em 15 dias, a rotina dos pacientes da oncologia pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo muda - é a tarde da visita dos alunos voluntários do colégio Guilherme Dumont Villares. Cerca de 120 deles contribuem angariando alimentos e fraldas. Um grupo menor, formado por oito estudantes do ensino médio, é responsável pelas idas ao hospital.
"É ótimo passar a tarde com as crianças. Elas vivem uma rotina muito deprimente internadas aqui, enfrentando quimioterapia, medicamentos, soro e injeções", diz Mariana Angi Roche, 16, do 2º ano. Junto com os colegas e o orientador Oiram Bichaff, 43, ela elabora e promove vários tipos de atividades para distrair os pequenos pacientes com câncer: de oficinas com massa de modelar a concursos de desenho a guache, passando por brincadeiras com origami e narração de histórias.
O Guilherme Dumont Villares já atua na Santa Casa há três anos, sempre com grupos de alunos diferentes. Eles podem escolher a atividade voluntária que preferem desenvolver ao longo de um ano letivo, e o trabalho com a pediatria costuma ser atraente.
"Nossos estudantes já pintaram as paredes da área em que os doentes tomam Sol e montaram uma videoteca e uma biblioteca", lembra o orientador Bichaff. "É bom ver como eles amadurecem e ficam mais humanos depois de um ano de colaboração."
Para Patrícia da Fonseca Mascarin, 15, 1º ano, o projeto serviu como uma espécie de orientação vocacional. Ela escolheu atuar na Santa Casa porque sempre quis ser médica -mais especificamente, pediatra. "Esse trabalho me fez ter certeza de que é isso que eu quero fazer da vida", afirma. O difícil, ela admite, foi segurar as lágrimas na tarde da primeira visita. "Não chorei porque nós não podemos chorar na frente deles. Eles sofrem muito, e nós fazemos as visitas para levantar o astral."
Seu colega Alexandre Fernandes Barbosa, 15, também do 1º ano, acha que o mais legal é quando esse objetivo é alcançado. "Eu me sinto bem quando a criança se abre, conversa, ri, mostra que está se sentindo melhor."
A diretora da escola, Eliana Baptista Pereira Aun, 55, conta que o trabalho dos alunos foi muito elogiado pela equipe da Santa Casa. "Eles estão muito contentes. Dizem que a pediatria virou um lugar lindo e que até a administração de analgésico diminuiu após a implantação do projeto."
Mariana afirma que mais aprende do que ensina vendo meninos e meninas desenhando e até bebês no soro demonstrando alegria. "Elas são crianças fortes. A gente reclama de muita bobagem, e os nossos problemas não são nada", diz. Como se vê, de 15 em 15 dias, a rotina dos alunos do Villares muda também. E é bom.
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