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25/10/2001
-
10h51
especial para a Folha de S.Paulo
Não são poucos os estudantes que nutrem verdadeira ojeriza por conjugação verbal. Explica-se: o que não falta na língua portuguesa são verbos que fogem ao paradigma -os chamados irregulares. No presente do indicativo, "perder" vira "perco", "caber" vira "caibo", "saber" vira "sei", "trazer" vira "trago" etc.
Há ainda os anômalos, isto é, os que apresentam diferentes radicais (eu sou, tu és; eu vou hoje, ele foi ontem), e os defectivos, ou seja, os que não possuem a conjugação completa. É o caso de "adequar", que, no presente do indicativo, possui apenas duas formas (adequamos e adequais), modelo seguido por "falir" e por "precaver", por exemplo.
Na linguagem coloquial, entretanto, chega a ser comum ouvirmos a construção: "Isso não se adéqua". Os falantes, geralmente em busca da comunicação rápida, ajustam todo e qualquer verbo ao paradigma disponível, procedimento semelhante ao das crianças que dizem "eu fazi", "eu sabo", "eu ponhei".
Embora os adultos se preocupem em corrigir o "erro", o mais interessante a observar nesse comportamento lingüístico é que, ao falar assim, a criança revela ter introjetado o paradigma da conjugação verbal. Em outras palavras, ela "erra" porque já aprendeu o modelo dos verbos regulares.
Mas, se a assimilação dos verbos regulares é tarefa que as crianças tiram de letra sem perceber, o mesmo não se pode dizer do aprendizado dos irregulares e dos defectivos, que desafia até pessoas com alto grau de escolaridade -e se dá mais pela memorização de cada verbo que pela apreensão de uma regra.
Não é difícil surpreender um adulto "agindo como criança" quando a questão é conjugar o verbo "reaver". Quantas vezes não se ouvem as formas "eu reavi" ou "ele reaveu"? Se o verbo fosse regular, seriam corretas. Mas "reaver" é um derivado de "haver", verbo irregular, e, portanto, segue o seu modelo. Está claro que ninguém pensaria em dizer "eu havi" ou "haveu um fato". No pretérito perfeito, diz-se "eu reouve" (como "houve").
Vale a pena revisar o estudo de verbos irregulares e defectivos antes dos exames vestibulares.
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Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
Fovest - 25.out.2001
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Resumão/português - Verbos que fogem ao paradigma
THAÍS NICOLETI DE CAMARGOespecial para a Folha de S.Paulo
Não são poucos os estudantes que nutrem verdadeira ojeriza por conjugação verbal. Explica-se: o que não falta na língua portuguesa são verbos que fogem ao paradigma -os chamados irregulares. No presente do indicativo, "perder" vira "perco", "caber" vira "caibo", "saber" vira "sei", "trazer" vira "trago" etc.
Há ainda os anômalos, isto é, os que apresentam diferentes radicais (eu sou, tu és; eu vou hoje, ele foi ontem), e os defectivos, ou seja, os que não possuem a conjugação completa. É o caso de "adequar", que, no presente do indicativo, possui apenas duas formas (adequamos e adequais), modelo seguido por "falir" e por "precaver", por exemplo.
Na linguagem coloquial, entretanto, chega a ser comum ouvirmos a construção: "Isso não se adéqua". Os falantes, geralmente em busca da comunicação rápida, ajustam todo e qualquer verbo ao paradigma disponível, procedimento semelhante ao das crianças que dizem "eu fazi", "eu sabo", "eu ponhei".
Embora os adultos se preocupem em corrigir o "erro", o mais interessante a observar nesse comportamento lingüístico é que, ao falar assim, a criança revela ter introjetado o paradigma da conjugação verbal. Em outras palavras, ela "erra" porque já aprendeu o modelo dos verbos regulares.
Mas, se a assimilação dos verbos regulares é tarefa que as crianças tiram de letra sem perceber, o mesmo não se pode dizer do aprendizado dos irregulares e dos defectivos, que desafia até pessoas com alto grau de escolaridade -e se dá mais pela memorização de cada verbo que pela apreensão de uma regra.
Não é difícil surpreender um adulto "agindo como criança" quando a questão é conjugar o verbo "reaver". Quantas vezes não se ouvem as formas "eu reavi" ou "ele reaveu"? Se o verbo fosse regular, seriam corretas. Mas "reaver" é um derivado de "haver", verbo irregular, e, portanto, segue o seu modelo. Está claro que ninguém pensaria em dizer "eu havi" ou "haveu um fato". No pretérito perfeito, diz-se "eu reouve" (como "houve").
Vale a pena revisar o estudo de verbos irregulares e defectivos antes dos exames vestibulares.
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Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
Fovest - 25.out.2001
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