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25/10/2001
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10h57
especial para a Folha de S.Paulo
Os ataques contra os EUA colocaram o islã e o mundo árabe no centro do noticiário. Muçulmanos ou maometanos, os fiéis islâmicos, assim como os árabes, foram os primeiros suspeitos de autoria do terrível atentado. Dispostos a encontrar um culpado, os norte-americanos atribuíram indistintamente a todos árabes islâmicos o rótulo de radicais e extremistas.
Religião monoteísta, o islamismo surgiu no início do século 7º da Era Cristã na península Arábica, mais precisamente na atual Arábia Saudita. Muhammad (Maomé), o profeta, teria recebido a revelação do anjo Gabriel, o mensageiro de Deus, no ano de 611, nas proximidades de Meca. As revelações, recitadas pelo profeta como mensagem de Allah, a divindade única, foram transcritas em árabe, originando o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Seguidores de credos politeístas, membros da tribo de Muhammad rejeitaram suas pregações iniciais. Perseguido e desprezado, o profeta deslocou-se de Meca para Yatrib (atual Medina) no ano de 622. A emigração de Muhammad é chamada de Hégira e dá início ao calendário muçulmano.
Conhecidos como beduínos ou homens do deserto, foram os árabes os primeiros a tomar contato com os ensinamentos de Muhammad. Convertidos, iniciaram sua expansão. Posteriormente, o islã passou ao norte da África chegando à Espanha com os mouros. Avançou também sobre os Bálcãs e passou à Ásia, chegando à Indonésia, maior país muçulmano.
O "islam", ou a submissão à vontade de Deus, se fundamenta em cinco princípios: a fé ("não há outro Deus senão Allah), a oração (cinco vezes ao dia), o jejum (durante o Ramadã), a peregrinação a Meca (pelo menos uma vez na vida) e a esmola (o dízimo para os pobres).
Com a morte do profeta, foi preciso escolher o califa, seu sucessor. Desse confronto surgiram os sunitas, seguidores da tradição do profeta, a suna, e os xiitas, partidários de Ali, seu herdeiro legítimo.
Minoria no mundo islâmico, os xiitas são predominantes apenas no Iraque e no Irã.
Para o Ocidente, passaram a ser sinônimo de radicais. Simplistas, essas definições não dão conta da complexidade do islã. Pois ironicamente, são sunitas, e não xiitas, os atuais inimigos da América. É, olhar o outro é mais que aprisioná-lo num rótulo. Enquanto isso, os miseráveis de Cabul recebem dos céus mísseis Tomahawk e fardos de alimentos. Para o Ocidente, uma questão de justiça e humanidade.
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Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo
Fovest - 25.out.2001
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RESUMÃO
História
Português
Química
Geografia
Matemática
Resumão/atualidades - O islã e o Ocidente
ROBERTO CANDELORIespecial para a Folha de S.Paulo
Os ataques contra os EUA colocaram o islã e o mundo árabe no centro do noticiário. Muçulmanos ou maometanos, os fiéis islâmicos, assim como os árabes, foram os primeiros suspeitos de autoria do terrível atentado. Dispostos a encontrar um culpado, os norte-americanos atribuíram indistintamente a todos árabes islâmicos o rótulo de radicais e extremistas.
Religião monoteísta, o islamismo surgiu no início do século 7º da Era Cristã na península Arábica, mais precisamente na atual Arábia Saudita. Muhammad (Maomé), o profeta, teria recebido a revelação do anjo Gabriel, o mensageiro de Deus, no ano de 611, nas proximidades de Meca. As revelações, recitadas pelo profeta como mensagem de Allah, a divindade única, foram transcritas em árabe, originando o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Seguidores de credos politeístas, membros da tribo de Muhammad rejeitaram suas pregações iniciais. Perseguido e desprezado, o profeta deslocou-se de Meca para Yatrib (atual Medina) no ano de 622. A emigração de Muhammad é chamada de Hégira e dá início ao calendário muçulmano.
Conhecidos como beduínos ou homens do deserto, foram os árabes os primeiros a tomar contato com os ensinamentos de Muhammad. Convertidos, iniciaram sua expansão. Posteriormente, o islã passou ao norte da África chegando à Espanha com os mouros. Avançou também sobre os Bálcãs e passou à Ásia, chegando à Indonésia, maior país muçulmano.
O "islam", ou a submissão à vontade de Deus, se fundamenta em cinco princípios: a fé ("não há outro Deus senão Allah), a oração (cinco vezes ao dia), o jejum (durante o Ramadã), a peregrinação a Meca (pelo menos uma vez na vida) e a esmola (o dízimo para os pobres).
Com a morte do profeta, foi preciso escolher o califa, seu sucessor. Desse confronto surgiram os sunitas, seguidores da tradição do profeta, a suna, e os xiitas, partidários de Ali, seu herdeiro legítimo.
Minoria no mundo islâmico, os xiitas são predominantes apenas no Iraque e no Irã.
Para o Ocidente, passaram a ser sinônimo de radicais. Simplistas, essas definições não dão conta da complexidade do islã. Pois ironicamente, são sunitas, e não xiitas, os atuais inimigos da América. É, olhar o outro é mais que aprisioná-lo num rótulo. Enquanto isso, os miseráveis de Cabul recebem dos céus mísseis Tomahawk e fardos de alimentos. Para o Ocidente, uma questão de justiça e humanidade.
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Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo
Fovest - 25.out.2001
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