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10/01/2002
-
11h20
especial para Folha de S.Paulo
Sempre há muita curiosidade em torno da origem das palavras ou dos processos pelos quais elas surgem. As ousadas criações de Guimarães Rosa, por exemplo, são apoiadas na vasta erudição do autor e nos legítimos processos de formação de palavras.
Mas, para que passe a integrar o léxico da língua, a palavra deve passar pelo crivo do uso. É este que define o que pertence e o que não pertencerá à língua. Não basta, portanto, inventá-la.
Como a tendência dos falantes é a simplificação -comunicar com o mínimo de esforço e de maneira rápida-, não é difícil compreender por que dizemos "pneu" em vez de "pneumático" ou "cinema" em vez de "cinematógrafo". Esse processo é conhecido como abreviação ou redução e consiste no corte da palavra até o limite da compreensão.
Uma sigla também pode adquirir estatuto de palavra. Aids, USP, Dersa e tantas outras já ganharam vida própria. Caso interessante é o da palavra "ibope", cuja origem está na sigla do nome de um conhecido instituto de pesquisa (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) e hoje, incorporada ao léxico, goza de autonomia na língua.
Pode ocorrer que uma marca, de tão popular, se torne um nome comum, o que, do ponto de vista comercial, é sinal da plena aceitação do produto, em geral, pioneiro em determinado segmento. É o caso, entre outros, de "gilete", a lâmina do aparelho de barbear inventado por Gillette.
São bastante freqüentes as situações em que o inventor empresta seu nome a sua criação. Foi o que aconteceu com o conde Zeppelin (1838-1917), cujo nome é associado ao seu invento. Segundo o dicionário "Aurélio", o zepelim é um "aeróstato dirigível, já em desuso, formado por uma armação de duralumínio em feitio de grande charuto (...)".
O dicionarista faz justiça ao conde Zeppelin, concedendo-lhe o crédito da invenção, mas, ao afirmar que ela está em desuso, esquece-se de olhar para o céu de São Paulo, por exemplo, onde podemos avistar o simpático dirigível da Goodyear, um dos vários da família de zepelins que enfeitam os céus do planeta. Mas ainda melhor do que ver é voar no zepelim hoje e viver a emoção dos primeiros que ousaram navegar acima de nossas cabeças, arriscando suas vidas em nome do progresso e, sobretudo, do mais antigo sonho do homem.
_____________________________________
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha, apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando" (TV Cultura) e professora do Objetivo (Americana)
Fovest - 10.jan.2002
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PROGRAMA
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Resumão/português - Palavras têm origens diversas
THAÍS NICOLETI DE CAMARGOespecial para Folha de S.Paulo
Sempre há muita curiosidade em torno da origem das palavras ou dos processos pelos quais elas surgem. As ousadas criações de Guimarães Rosa, por exemplo, são apoiadas na vasta erudição do autor e nos legítimos processos de formação de palavras.
Mas, para que passe a integrar o léxico da língua, a palavra deve passar pelo crivo do uso. É este que define o que pertence e o que não pertencerá à língua. Não basta, portanto, inventá-la.
Como a tendência dos falantes é a simplificação -comunicar com o mínimo de esforço e de maneira rápida-, não é difícil compreender por que dizemos "pneu" em vez de "pneumático" ou "cinema" em vez de "cinematógrafo". Esse processo é conhecido como abreviação ou redução e consiste no corte da palavra até o limite da compreensão.
Uma sigla também pode adquirir estatuto de palavra. Aids, USP, Dersa e tantas outras já ganharam vida própria. Caso interessante é o da palavra "ibope", cuja origem está na sigla do nome de um conhecido instituto de pesquisa (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) e hoje, incorporada ao léxico, goza de autonomia na língua.
Pode ocorrer que uma marca, de tão popular, se torne um nome comum, o que, do ponto de vista comercial, é sinal da plena aceitação do produto, em geral, pioneiro em determinado segmento. É o caso, entre outros, de "gilete", a lâmina do aparelho de barbear inventado por Gillette.
São bastante freqüentes as situações em que o inventor empresta seu nome a sua criação. Foi o que aconteceu com o conde Zeppelin (1838-1917), cujo nome é associado ao seu invento. Segundo o dicionário "Aurélio", o zepelim é um "aeróstato dirigível, já em desuso, formado por uma armação de duralumínio em feitio de grande charuto (...)".
O dicionarista faz justiça ao conde Zeppelin, concedendo-lhe o crédito da invenção, mas, ao afirmar que ela está em desuso, esquece-se de olhar para o céu de São Paulo, por exemplo, onde podemos avistar o simpático dirigível da Goodyear, um dos vários da família de zepelins que enfeitam os céus do planeta. Mas ainda melhor do que ver é voar no zepelim hoje e viver a emoção dos primeiros que ousaram navegar acima de nossas cabeças, arriscando suas vidas em nome do progresso e, sobretudo, do mais antigo sonho do homem.
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Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha, apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando" (TV Cultura) e professora do Objetivo (Americana)
Fovest - 10.jan.2002
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