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10/01/2002
-
11h50
da Folha de S.Paulo
Ganhar muito dinheiro, trabalhar apenas sete horas por dia, ficar famoso e ainda ter uma vida de aventuras. É o que boa parte dos estudantes espera encontrar quando escolhe a carreira de jornalismo, mas é o que poucos terão a oportunidade de vivenciar.
A realidade da profissão é mais difícil do que imaginam os vestibulandos. Freqüentemente, o jornalista, quanto não enfrenta pautas arriscadas (rebeliões, seqüestros, enchentes), trabalha sob pressão para respeitar o chamado deadline, o horário-limite de conclusão da edição.
Por isso quase sempre o repórter terá poucas horas para ouvir várias pessoas, checar informações e escrever um texto sobre um tema que, por vezes, não conhece. O repórter-fotográfico, que se defronta com a notícia nas ruas, é o jornalista que capta as informações e as elabora por meio da fotografia. Os redatores têm de revisar as reportagens e escrever textos de apoio. Os editores, por sua vez, comandam as seções do jornal, decidem qual a importância das reportagens e que espaço devem ocupar nas páginas ou quanto tempo deve ser gasto na sua transmissão em TV ou rádio.
Poucos são os jornalistas que recebem altos salários. O piso salarial da profissão é semelhante ao de outras carreiras que exigem nível superior. "O piso de jornalismo [R$ 1.472, para meios impressos da cidade de São Paulo" é quase o mesmo que o de medicina [R$ 1.401, por 20 horas semanais em hospitais particulares"", afirmou Jair Borin, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da USP (Universidade de São Paulo). Outra característica que aproxima a rotina dos jornalistas da rotina dos médicos são os plantões de fim de semana.
Mas a profissão também tem seus aspectos positivos. "É uma profissão maravilhosa. Ela permite conhecer vários lugares e pessoas e ainda presenciar fatos históricos", afirmou Kennedy Alencar, repórter da Folha, que foi enviado ao Afeganistão e a Kosovo durante as guerras. Mas, segundo ele, o grosso do trabalho é rotineiro. "Não é todo dia que ocorre um fato que provoca comoção, como uma grande crise ou uma guerra."
Mercado de trabalho
O ano de 2001 não foi bom para o mercado de trabalho em jornalismo. A internet, que havia feito grandes contratações nos últimos anos, entrou em crise e muitos jornais online diminuíram o número de profissionais em suas redações. "O ano passado foi o pior ano que já vi. Mas, a partir de 2002, o mercado de trabalho vai se expandir, mesmo que em ritmo menor do que nos anos anteriores", disse Márion Strecker, diretora de conteúdo do UOL.
A assessoria de imprensa, outra área de atuação de jornalistas, é uma das que vêm atraindo mais profissionais recentemente.
"Nos últimos 20 anos, está havendo um deslocamento das redações para as assessorias, que, entretanto, exigem do profissional uma atuação que tem pouco a ver com a do jornalista propriamente dito", diz Laurindo Leal Filho, professor da USP e assessor de imprensa da PUC-SP. Segundo ele, o trabalho em assessorias não tem a essência do jornalismo, que é difundir informações. "Assessoria é um jornalismo de apoio."
Fovest - 10.jan.2002
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PROFISSÕES
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PROGRAMA
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RESUMÃO
História
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Atualidades
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Profissões - Jornalismo exige mais do que se imagina
ANDRÉ NICOLETTIda Folha de S.Paulo
Ganhar muito dinheiro, trabalhar apenas sete horas por dia, ficar famoso e ainda ter uma vida de aventuras. É o que boa parte dos estudantes espera encontrar quando escolhe a carreira de jornalismo, mas é o que poucos terão a oportunidade de vivenciar.
A realidade da profissão é mais difícil do que imaginam os vestibulandos. Freqüentemente, o jornalista, quanto não enfrenta pautas arriscadas (rebeliões, seqüestros, enchentes), trabalha sob pressão para respeitar o chamado deadline, o horário-limite de conclusão da edição.
Por isso quase sempre o repórter terá poucas horas para ouvir várias pessoas, checar informações e escrever um texto sobre um tema que, por vezes, não conhece. O repórter-fotográfico, que se defronta com a notícia nas ruas, é o jornalista que capta as informações e as elabora por meio da fotografia. Os redatores têm de revisar as reportagens e escrever textos de apoio. Os editores, por sua vez, comandam as seções do jornal, decidem qual a importância das reportagens e que espaço devem ocupar nas páginas ou quanto tempo deve ser gasto na sua transmissão em TV ou rádio.
Poucos são os jornalistas que recebem altos salários. O piso salarial da profissão é semelhante ao de outras carreiras que exigem nível superior. "O piso de jornalismo [R$ 1.472, para meios impressos da cidade de São Paulo" é quase o mesmo que o de medicina [R$ 1.401, por 20 horas semanais em hospitais particulares"", afirmou Jair Borin, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da USP (Universidade de São Paulo). Outra característica que aproxima a rotina dos jornalistas da rotina dos médicos são os plantões de fim de semana.
Mas a profissão também tem seus aspectos positivos. "É uma profissão maravilhosa. Ela permite conhecer vários lugares e pessoas e ainda presenciar fatos históricos", afirmou Kennedy Alencar, repórter da Folha, que foi enviado ao Afeganistão e a Kosovo durante as guerras. Mas, segundo ele, o grosso do trabalho é rotineiro. "Não é todo dia que ocorre um fato que provoca comoção, como uma grande crise ou uma guerra."
Mercado de trabalho
O ano de 2001 não foi bom para o mercado de trabalho em jornalismo. A internet, que havia feito grandes contratações nos últimos anos, entrou em crise e muitos jornais online diminuíram o número de profissionais em suas redações. "O ano passado foi o pior ano que já vi. Mas, a partir de 2002, o mercado de trabalho vai se expandir, mesmo que em ritmo menor do que nos anos anteriores", disse Márion Strecker, diretora de conteúdo do UOL.
A assessoria de imprensa, outra área de atuação de jornalistas, é uma das que vêm atraindo mais profissionais recentemente.
"Nos últimos 20 anos, está havendo um deslocamento das redações para as assessorias, que, entretanto, exigem do profissional uma atuação que tem pouco a ver com a do jornalista propriamente dito", diz Laurindo Leal Filho, professor da USP e assessor de imprensa da PUC-SP. Segundo ele, o trabalho em assessorias não tem a essência do jornalismo, que é difundir informações. "Assessoria é um jornalismo de apoio."
Fovest - 10.jan.2002
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