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07/01/2003
-
12h55
Os inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), que inspecionam o Iraque em busca de locais que possam servir de esconderijo de armas de destruição em massa, devem apresentar informações ao Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira (9), de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A data-limite, porém, é 27 de janeiro, quando está marcada a apresentação de um relatório mais completo. O resultado da análise desse relatório pode dar ao governo norte-americano motivos para invadir o Iraque.
Por outro lado, segundo o diretor geral da AIEA, Mohamed El Baradei, os inspetores de armas vão necessitar de alguns meses para concluir as investigações. "Ainda falta muito para chegarmos às conclusões", disse, hoje. Ele pediu a Washington que forneça mais informações sobre o Iraque.
Os norte-americanos já têm pelo menos 60 mil militares na região. Outros 10 mil reservistas estão em alerta para embarcar a partir desta semana. Ontem, o navio-hospital Comfort, com mil leitos, zarpou de Baltimore com direção ao golfo Pérsico. O porta-aviões Theodore Roosevelt e outros 11 navios partiram para um exercício militar que, segundo seus tripulantes, pode também levá-los ao golfo.
Apesar da mobilização, a Casa Branca diz que Bush ainda não tomou nenhuma decisão a respeito da guerra. Falando sob anonimato, fontes do governo disseram que já há inclusive um projeto humanitário, econômico e de segurança para o Iraque pós-guerra.
Segundo essas fontes, as tropas dos EUA devem permanecer no país enquanto houver instabilidade. Não foi estabelecido um cronograma.
Hoje, o governo britânico disse estar disposto a mobilizar tropas regulares e reservistas para uma possível guerra contra o Iraque, a exemplo do que já vêm fazendo os Estados Unidos.
O ministro da Defesa, Geoff Hoon, deve fazer um anúncio sobre o assunto ao Parlamento ainda hoje, um dia antes de viajar para a Turquia, onde discutirá o possível uso de bases militares do país. Fontes do ministério disseram que Hoon vai colocar 7.000 reservistas em alerta e mobilizar tropas e navios.
O presidente francês Jacques Chirac disse às tropas francesas hoje que estejam prontas para "tudo o que possa acontecer" no ano que está começando.
Ele ressaltou também a necessidade de estar alerta à obediência do Iraque às resoluções que exigem o desarmamento do país.
"É obrigação do soldado estar preparado para tudo o que possa acontecer. Precisamos ficar especialmente atentos ao modo como o Iraque obedece à resolução 1.441 do Conselho de Segurança da ONU", disse às Forças Armadas francesas numa cerimônia para celebrar o Ano Novo.
Inspeção
Em 7 de novembro, um dia antes da data-limite estipulada pela resolução 1.441 dos EUA, o Iraque entregou um relatório detalhado com as informações sobre as armas que afirmam possuir, incluindo armas químicas, nucleares e biológicas. O país afirma não possuir armas proibidas. O relatório iraquiano tem 11.807 páginas, 352 delas de anexos e 529 megabytes de dados de computador.
Os EUA afirmam ter "provas substanciais", incluindo dados não divulgados, de que o Iraque manteve e até acelerou seus programas de armas de destruição em massa, em desacordo com determinações das ONU.
No dia 27 de novembro, os inspetores de armas da ONU voltaram ao Iraque e retomaram os trabalhos de inspeção de armas de destruição em massa no país.
Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam o Iraque de ter um arsenal de armas químicas e biológicas que vai contra as determinações da ONU (Organização das Nações Unidas), e de estar construindo instalações para fabricar mais armamentos. Ademais, Saddam é acusado pelos dois países de ter fortes relações com grupos terroristas que são capazes de utilizar "armas de destruição em massa". Bagdá nega as acusações.
O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.
Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas. Washington e Londres dizem que o país continua tentando fabricar uma bomba atômica e seria capaz de disparar mísseis com ogivas químicas e nucleares 45 minutos após dadas as ordens. Bagdá também nega ter esses armamentos.
No dia 13 de novembro, o Iraque aceitou de forma incondicional a nova resolução da ONU, chamada de resolução 1.441, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 8 de novembro.
A resolução determina a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares -inclusive os palácios do governo iraquiano. Caso contrário, o Iraque enfrentará "sérias consequências". O grupo de trabalho possui 270 inspetores, de 48 países. Estarão trabalhando cem de cada vez.
Com agências internacionais
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Inspetores devem dar informações sobre o Iraque na quinta-feira
da Folha OnlineOs inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas), que inspecionam o Iraque em busca de locais que possam servir de esconderijo de armas de destruição em massa, devem apresentar informações ao Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira (9), de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A data-limite, porém, é 27 de janeiro, quando está marcada a apresentação de um relatório mais completo. O resultado da análise desse relatório pode dar ao governo norte-americano motivos para invadir o Iraque.
Por outro lado, segundo o diretor geral da AIEA, Mohamed El Baradei, os inspetores de armas vão necessitar de alguns meses para concluir as investigações. "Ainda falta muito para chegarmos às conclusões", disse, hoje. Ele pediu a Washington que forneça mais informações sobre o Iraque.
Os norte-americanos já têm pelo menos 60 mil militares na região. Outros 10 mil reservistas estão em alerta para embarcar a partir desta semana. Ontem, o navio-hospital Comfort, com mil leitos, zarpou de Baltimore com direção ao golfo Pérsico. O porta-aviões Theodore Roosevelt e outros 11 navios partiram para um exercício militar que, segundo seus tripulantes, pode também levá-los ao golfo.
Apesar da mobilização, a Casa Branca diz que Bush ainda não tomou nenhuma decisão a respeito da guerra. Falando sob anonimato, fontes do governo disseram que já há inclusive um projeto humanitário, econômico e de segurança para o Iraque pós-guerra.
Segundo essas fontes, as tropas dos EUA devem permanecer no país enquanto houver instabilidade. Não foi estabelecido um cronograma.
Hoje, o governo britânico disse estar disposto a mobilizar tropas regulares e reservistas para uma possível guerra contra o Iraque, a exemplo do que já vêm fazendo os Estados Unidos.
O ministro da Defesa, Geoff Hoon, deve fazer um anúncio sobre o assunto ao Parlamento ainda hoje, um dia antes de viajar para a Turquia, onde discutirá o possível uso de bases militares do país. Fontes do ministério disseram que Hoon vai colocar 7.000 reservistas em alerta e mobilizar tropas e navios.
O presidente francês Jacques Chirac disse às tropas francesas hoje que estejam prontas para "tudo o que possa acontecer" no ano que está começando.
Ele ressaltou também a necessidade de estar alerta à obediência do Iraque às resoluções que exigem o desarmamento do país.
"É obrigação do soldado estar preparado para tudo o que possa acontecer. Precisamos ficar especialmente atentos ao modo como o Iraque obedece à resolução 1.441 do Conselho de Segurança da ONU", disse às Forças Armadas francesas numa cerimônia para celebrar o Ano Novo.
Inspeção
Em 7 de novembro, um dia antes da data-limite estipulada pela resolução 1.441 dos EUA, o Iraque entregou um relatório detalhado com as informações sobre as armas que afirmam possuir, incluindo armas químicas, nucleares e biológicas. O país afirma não possuir armas proibidas. O relatório iraquiano tem 11.807 páginas, 352 delas de anexos e 529 megabytes de dados de computador.
Os EUA afirmam ter "provas substanciais", incluindo dados não divulgados, de que o Iraque manteve e até acelerou seus programas de armas de destruição em massa, em desacordo com determinações das ONU.
No dia 27 de novembro, os inspetores de armas da ONU voltaram ao Iraque e retomaram os trabalhos de inspeção de armas de destruição em massa no país.
Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam o Iraque de ter um arsenal de armas químicas e biológicas que vai contra as determinações da ONU (Organização das Nações Unidas), e de estar construindo instalações para fabricar mais armamentos. Ademais, Saddam é acusado pelos dois países de ter fortes relações com grupos terroristas que são capazes de utilizar "armas de destruição em massa". Bagdá nega as acusações.
O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.
Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas. Washington e Londres dizem que o país continua tentando fabricar uma bomba atômica e seria capaz de disparar mísseis com ogivas químicas e nucleares 45 minutos após dadas as ordens. Bagdá também nega ter esses armamentos.
No dia 13 de novembro, o Iraque aceitou de forma incondicional a nova resolução da ONU, chamada de resolução 1.441, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 8 de novembro.
A resolução determina a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares -inclusive os palácios do governo iraquiano. Caso contrário, o Iraque enfrentará "sérias consequências". O grupo de trabalho possui 270 inspetores, de 48 países. Estarão trabalhando cem de cada vez.
Com agências internacionais
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