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15/07/2009 - 09h05

Exército de Israel rejeita denúncia "difamatória" de ONG sobre ação em Gaza

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da Folha Online

O Exército israelense chamou de "difamatório e calunioso" o relatório da ONG Rompendo o Silêncio que o acusa de violar os direitos humanos e ter usado civis como escudos humanos na grande ofensiva contra o grupo radical islâmico Hamas, na faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, no começo do ano.

O documento foi divulgado nesta quarta-feira e é baseado nos testemunhos anônimos de 26 soldados que participaram da operação Chumbo Fundido, realizada por Israel para acabar com os ataques de foguetes contra seu território.

Suhaib Salem/Reuters
Palestino descansa perto de edificação destruída por ofensiva militar israelense na faixa de Gaza que matou cerca de 1.400 palestinos
Palestino descansa perto de edificação destruída por ofensiva militar israelense na faixa de Gaza que matou 1.400 palestinos

No relatório, os militares falam sobre a ausência de regras no combate, de recomendações do tipo "atire quando quiser", e do uso de escudos humanos e de fósforo branco --que causa queimaduras severas e problemas respiratórios-- em áreas povoadas.

Em um duro comunicado, o Exército israelense acusa a ONG de expor "um relatório baseado em testemunhos anônimos e gerais, sem investigar seus detalhes, nem sua credibilidade" e de não ter tido "a mínima decência" de apresentá-lo previamente às autoridades militares para que os incidentes fossem investigados.

"A decisão de apresentar estes testemunhos gera dúvidas sobre se quer uma investigação crível e minuciosa, como é norma no Exército de Israel", diz a nota.

O Exército israelense lembra ainda que já realizou uma investigação interna em abril passado diante de relatos publicados no jornal israelense "Haaretz" de soldados que lutaram na recente ofensiva na faixa de Gaza e que descrevem assassinato de civis inocentes, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma "guerra santa". Na época, as Forças Armadas israelenses rejeitaram as denúncias como boatos.

Segundo o comunicado dos militares, o relato da ONG também se baseia em "rumores e falatórios". "O Exército opera de acordo a ferrenhos valores éticos, que o continuarão guiando em cada missão", conclui o texto oficial.

Relatório

Os depoimentos colhidos pela ONG relatam que os soldados de Israel que combateram em Gaza receberam instruções de abrir fogo sem preocupação com as consequências.

O documento cita "a destruição de centenas de casas e mesquitas sem que isto tenha objetivos militares, o uso de fósforo (branco) contra zonas habitadas, a morte de vítimas inocentes assassinadas com armas leves, a destruição de propriedades privadas e (...) uma atmosfera permissiva na estrutura de comando que permitiu aos soldados agir sem obrigações morais".

O informe foi elaborado com os testemunhos anônimos de 30 soldados que combateram na ofensiva israelense em Gaza, de 27 de dezembro a 18 de janeiro.

"Os depoimentos provam que a forma imoral como se desenvolveu a guerra foi provocada pelos sistemas estabelecidos e não pelos soldados individualmente", afirmou Mikhael Manekin, funcionário da ONG.

O Exército israelense rebateu as acusações e afirmou em um comunicado que, segundo suas próprias investigações, "está claro que os soldados das Forças Armadas israelenses operaram de acordo com as leis internacionais e as ordens que receberam, apesar de combates difíceis e complexos".

"Muitos depoimentos são anônimos e carecem de detalhes que permitiriam ao Exército investigar, confirmar ou rebater os mesmos", completa a nota militar.

A ofensiva deixou 1.434 palestinos mortos, incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes, segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos. O Exército israelense confirma 1.370 mortes, entre elas 309 civis inocentes --dos quais 189 são crianças e jovens com menos de 15 anos.

Segundo os dados oficiais, morreram ainda 10 militares e três civis israelenses.

Com Efe e France Presse

 

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