Diplomacia
Após veto a embaixador, comissão aprova nova indicação para a OEA
DE BRASÍLIA - O embaixador José Luiz Machado e Costa, 63, teve seu nome aprovado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para o cargo de representante do Brasil junto à OEA (Organização dos Estados Americanos) nesta quinta (9).
O aval da comissão foi concedido após a Casa rejeitar a indicação do diplomata Guilherme Patriota para a função. A derrota foi interpretada como retaliação do Senado ao governo Dilma Rousseff: Patriota é próximo ao assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. O Brasil está sem embaixador na OEA há quatro anos.
Na comissão de Relações Exteriores, Patriota recebera 7 votos a favor e 6 contra --o resultado apertado dava indícios do que ocorreria em seguida, no plenário, onde sua indicação foi negada por 38 votos a 37.
Desta vez, o placar na comissão foi mais generoso: a nova indicação do Planalto recebeu o apoio de 13 senadores. Só um congressista se opôs a ela: Sérgio Petecão (PSD-AC) afirmou que votaria contra em protesto pela situação do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, hóspede há dois anos na residência do senador em Brasília.
Agora, a indicação segue para o plenário do Senado.
Em sabatina na comissão, Machado e Costa, ex-embaixador no Suriname e no Haiti, reforçou a importância da OEA, mas reconheceu certa "paralisia" da entidade diante de divergência entre membros. Para ele, o Brasil tem papel relevante na busca de consenso.
"Considero o Brasil o único país capaz de transitar com facilidade por todos os diferentes grupos [na OEA]", disse. Ele citou a dívida do Brasil com o órgão (cerca de US$ 18 milhões), mas frisou que o Itamaraty atua para reduzi-la.